domingo, novembro 02, 2014

Book Crossing Blogueiros - de 08 a 16 de novembro




Este ano decidi participar do Book Crossing Blogueiros. Essa ação para difundir livros pela cidade já está na 9a edição.
É uma ação muito legal: a gente escolhe um livro que possui e que topa abrir mão, escreve um bilhete no livro informando que esse é um "Livro Livre", e que quem encontrá-lo pode ficar com ele, lê-lo e depois encaminhá-lo para outro leitor, pode ser um amigo ou novamente outro desconhecido.
Uma coisa que me atrai nesta proposta é o potencial que ela tem de estimular a leitura. Em nosso país, livros ainda são relativamente caros, e nem sempre cabem no orçamento das pessoas. Quanto mais vezes um mesmo exemplar for lido, mais sua função social terá sido cumprida. Afinal, de que servem os recordes de venda se boa parte dos livros ficarem parados na estantes?


Empréstimo é tudo de bom, trocas são maravilhosas e encontrar um livro livre deve ser outras dessas experiências reconfortantes que podemos ter na nossa cidade. É um ótimo caminho de reforçar
laços de solidariedade e inspirar outras pessoas com ideias que são significativas para nós. Ou não: tá valendo também deixar em outras mãos aquele livro que te inspirou muito pouco - de repente, você até largou no meio -  mas para outro leitor, pode dizer muito mais.
Há tempos me incomodo com tantas feiras gigantescas, em que as pessoas compram pilhas de livros... quantos são lidos depois? A leitura importa mais que as vendas - e acredito que isso é válido igualmente para os editores, já que quem criar hábito de leitura vai acabar comprando com mais frequência, para si, para seus familiares, para presentear, etc.
Por isso, entre o dia 08 e 16 de novembro, contem comigo na ação do Book Crossing. Acionar a rede é o melhor caminho quando queremos ampliar bastante o alcance de nossos atos! Se você não for blogueiro e quiser participar, também tá valendo! Veja aqui no blog Luz de Luma quais são os outros blogs participantes.

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segunda-feira, outubro 26, 2009

Mudanças na educação: indo além da crítica ao corporativismo

E viva as boas discussões nas listas! Temos tido algumas ótimas na Edublogosfera.
Mas às vezes sinto que é fundamental que elas venham para os blogues, pois colocam as idéias num canal de circulação direcionado a um público mais amplo e proporcionam a chegada de outras vozes à conversa.
O tema da vez foi a entrevista do secretário da Educação Paulo Renato na revista Veja.
As críticas do secretário não trazem muitas novidades: aponta professores mal preparados, uma universidade muito mais teórica que prática, excessivamente "ideologizada", escolas sem gestão, sindicatos corporativistas, entre outras descrições que conhecemos.
Essas questões são recorrentes, e às vezes acabo entrando em alguma dessas discussões infindáveis sobre o problema das generalizações e das afirmações sem contexto, então dessa vez só anoto essa consideração para não perder o costume.
O que me parece pouco explorado pelo secretário é a forma que ele reconheceria um professor como bem avaliado. Trata-se de quanto ele conhece de sua disciplina? É esse tipo de avaliação que permitirá sua progressão rumo aos patamares salariais prometidos na nova lei?
Ou avalia-se também sua atuação na promoção do trabalho coletivo na escola? Sua postura pró-ativa na comunidade escolar, num dia a dia que exige mais do que explicar processos históricos ou equações matemáticas?
Se fossemos discutir o que ensinar no curso universitário que forma professores, quais seriam as nossas prioridades?
São algumas das questões que me parecem fundamentais continuar aprofundando.

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domingo, novembro 23, 2008

Conversações na Rede

A internet me interessa em especial por ser um espaço de conversações. Esse passo, que vai além da mídia de massa, para mim, faz toda a diferença: não se trata mais de só "receber" as idéias de um articulista num jornal (ou num site, como ainda ocorre), e de reagir individualmente, caso suas posições suscitem uma resposta. Postar na Rede é um convite à conversa: essas são as idéias que tem me ocupado, esses são os links que desencadearam a reflexão, que acham disso tudo, vocês que me lêem? O espaço às reações às minhas idéias é aberto e livre, e em quantos casos já vimos em que o debate que se segue passa a envolver outras vozes e outras questões que se desdobram e se diferenciam das proposições iniciais do enunciante.
Essa descrição faz sentido num modelo de comunicação mediado por blogs ou por listas de discussão, quando não há interferência acentuada do gerenciador do espaço. A natureza multi-polar e multi-direcional e a expectativa assíncrona da conversação referendam essas possibilidades.
As recentes postagens que fiz sobre o Twitter tratam de uma outra modalidade de comunicação. A Raquel Recuero, nesse post, sugeriu que ele seja visto como uma ferramenta de Mensagens Instantâneas Coletivas. Eu agregaria que talvez fosse melhor pensá-las como Mensagens Instantâneas Públicas e Compartilhadas, sem esquecer que só acompanharemos as atualizações de determinada pessoa se a incluirmos na relação daqueles que nos interessa seguir. Assim, é possível que um conjunto de pessoas esteja atualizando seus comentários sobre um tema comum (como foi o caso da ABCiber), mas se eu não as tiver no rol das minhas conexões no Twitter ou não estivermos usando uma TAG comum, acompanharei apenas parte da conversa. O que é bastante natural na nossa comunicação cotidiana, mas suficiente para termos claro que o conceito de "coletivo" pode ser problemático.
Provocada pelo Sérgio, preciso dizer que vejo valor na conversa via Twitter (e estou falando da cobertura de um evento, ou da comunicação sobre uma situação comum vivida por sujeitos em vários espaços), fragmentada, reiterativa, plena de subjetividades e nem sempre focada nas questões centrais de um enunciante. O fato de poder ter acesso às distintas formas de escuta, possibilita que eu possa refinar a minha, confirmar as minhas intuições, ponderar sobre outros olhares que ainda não haviam me ocorrido. A "conversa paralela" é também um canal de esclarecimento de algum ponto que ficou obscuro - o que, aliás, é tão comum em sala de aula, e tão difícil de saber o limite do momento de suspender. Enunciados que nos mobilizam intensamente nos levam a boicotar outras fontes distratoras da atenção - seja a conversa da colega, seja a postagem dos demais twitteiros. Portanto, cabe a cada um saber quando fechar o Twitter.
Ainda sobre conversações, preciso dizer que fico feliz sempre que sinto momentos mais densos de troca na Rede, em que o potencial de interatividade entre os sujeitos conectados se efetiva. Promover conversações não é algo trivial, e mesmo quando as ferramentas estão dadas, são muitos os leitores silenciosos, que por motivos dos mais variados não expressam suas reações às nossas idéias nos espaços abertos para isso. E nem por isso deixaram de interagir com essas idéias, o que nos leva à possibilidade de uma situação dialógica - uma resposta inesperada a um enunciado nosso em um momento futuro, num contexto distinto - sem que houvesse interatividade conosco.
Fico por aqui... já percebi que as conversações na Rede vão render outro post.

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