quarta-feira, março 19, 2008

Sobre comunidades e sentido

Ando com comunidades virtuais na cabeça, ossos do ofício e hora de fechar um ciclo de reflexões. Sigo as instruções do mestre Bakhtin, que nos ensina que é a "expressão que organiza o discurso interior", e não o contrário...
Um ciclo tem começo, meio e fim. No mundo das idéias, é difícil falar em fim. E, de novo, lembro-me do mestre, que explica que um enunciado nunca é um episódio isolado, mas apenas um elo na cadeia dos que o precederam e dos que o sucederão. E, como um permanente diálogo, as idéias vão ganhando outras entonações, outras formatos, inspirando outras idéias, mudam, mas não ficam restritas ao momento de sua expressão...
As comunidades, da mesma maneira, vivem este fenômeno da emergência, ascensão e queda, evidentemente nos ritmos mais variáveis que dê para imaginar. A sua maneira, também é difícil falar em fim, pois o aprendizado daquele coletivo lança-se na rede nas novas esferas de colaboração de cada membro. Elas se desfazem, se desorganizam, e se mesclam na organização de outras, que permanecerão ativas e operantes enquanto houver sentido na sua ação em comum.
Então, é difícil pensar que numa comunidade que ganhe vida por um desejo externo as pessoas que participam delas. Não há comunidade sem razão de ser, e se uma pessoa é convidada a participar de uma situação de interação que não lhe mobiliza ou para a qual ela não está disponível no momento, ela não permanecerá, a não ser que não tenha opção.
Hoje a internet está mais marcada pelas redes sociais, nas quais as comunidades temáticas são apenas uma das opções de nó. E nas redes sociais, também a permanência e atividade nas comunidades obedecem esse raciocínio.
Congregar pessoas no ciberespaço deve dar muito dinheiro. É por isso que todos os dias chegam tantos convites para participar de tantos espaços, de compartilhar tantos serviços. O segredo, pelo jeito, não é congregar, é manter a "tensão irredutível" que garante essa presença. Em outras palavras, não perder a "razão de ser".
Mas como todos os processos são dinâmicos, é preciso que a razão da existência possa também se renovar.
E para fechar esse ciclo, volta a minha mente o mestre Bakhtin, que diz que a significação da palavra só se dá a conhecer à luz da interação verbal entre dois sujeitos. Quem ignora isso, diz ele, age como quem quisesse acender uma lâmpada depois de terem cortado a corrente.

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quarta-feira, setembro 05, 2007

Conectado

Voltei há pouco do lançamento de "Conectado: o que a internet fez com você e o que você pode fazer com ela", do Juliano Spyers, também historiador, mas totalmente envolvido com comunidades colaborativas. Claro que ainda não li, mas estou curiosa para ver como o Juliano apresenta os desafios e as dificuldades de aproximar pessoas, idéias e ação por meio da rede. Não temos muita intimidade, mas o fato do Juliano ter como mestre o Zé Carlos Sebe, também meu mestre na história, já conta muitíssimo para mim. E dá para perceber, pelo que já li no blog e pelas referências que ele traz, que tem muita leitura fundamentando a reflexão que ele vem propor.
O debate de lançamento foi interessante: a idéia era o pessoal da mesa falar menos e dar mais a palavra ao público. O tema era "Amadores e profissonais na internet". Achei divertido que alguém lembrou de "rádio amador". Na verdade, o rádio-amadorismo foi uma das primeiras redes de comunicação multi-polar e interativa, muito antes da internet. O termo amador às vezes parece depreciativo, mas como lembrou bem o Luli Radfaher, possui o sentido de alguém que se dedica a algo por paixão. O pessoalque fala em Mídia Cidadã pensa exatamente nessa direção: a possibilidade de inúmeros outros amadores expressarem ao mundo a sua versão, a sua visão, a sua queixa, a sua paixão pelas coisas.
A conversa deve continuar no blog do livro,que é o "Não Zero".

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terça-feira, maio 15, 2007

Precisa de um álibi? Tem na rede.

Na internet tem todo tipo de serviço, disso a gente já sabia.
Mas adorei conhecer o Alibi Network, um site que resolve qualquer parada para quem está em apuros e precisa comprovar que estava num oooutro lugar, evitando incômodas saias justas.

"Your bank account, your health record, your genetic code, your personal and shopping habits and sexual interests are your own business, control of information must rest with person himself.

We provide alibis and excuses for our clients. Whether it is spending a night out with a special friend, taking a day off from work, sending a discreet gift, avoiding your neighbor's birthday party or planning a surprise for the loved ones.
Now it is all possible... And it is all discreet. We put you in control and let you choose between local and out of town alibis with the option to have alibis validated by live operators.

Alibi Network has been founded to provide services that would protect people's privacy and ensure their anonymity. Such privacy services include completely untraceable, confidential and anonymous purchasing which allows you to buy anything without anyone else knowing about it! We offer a completely private mail receiving and forwarding service through which you can get all mail and packages discreetly. And there is much more!"

O mais engraçado é que há, no texto do contrato, uma cláusula afirmando que o serviço não pode ser usado para fins ilegais! Olha lá, hein gente... Arranjar um álibi tudo bem, mas cair na ilegalidade...

Dica do Alfarrábio, que cita o site da Piauí.

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domingo, maio 06, 2007

São Paulo: imagens da violência

A coisa anda pegando aqui em São Paulo, cada dia uma notícia diferente de oposição população polícia, com toda a complexidade que isso tem. Essa semana teve marginal Tietê interditada, com barreira de pneus incendiados, com os habitantes de uma favela na região acusando a polícia de truculenta por lá. Essa noite, pancadaria, bomba de gás e tiros na Praça da Sé, no show dos Racionais MC, uma das inúmeras apresentações promovidas pelo projeto Virada Cultural, da prefeitura da SP. O show era as 3h00 da manhã, lotou a praça, atrasou muito, e colocou num mesmo espaço tribos que não têm a melhor convivência do mundo: rappers e polícia.

Curioso é o pedido da Folha de S. Paulo, num estilo a la "web 2.0"


Se você fotografou o tumulto durante a Virada, envie a foto para a Folha Online
da Folha Online
Se você fotografou o tumulto que se alastrou esta madrugada em São Paulo durante o show dos Racionais MCs na Virada Cultural, mande as fotos para a Folha Online: redacao.online@folha.com.br.
Se você nos enviar as fotos com sua autorização, ela poderá ser publicada com sua assinatura nas páginas do primeiro jornal da internet em língua portuguesa do Brasil.

É a hora dos fotografos anônimos aparecerem, mostrando outros ângulos do confronto.

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sexta-feira, maio 04, 2007

Interação e arte - experiências

10 ways
uso impressionante do jogo com a imagem em experiências de interação homem/software na internet. brinca com tempo, espaço, forma, memória, transformação, emoções.
muito belo, muito bem feito.
precisa ser visitado.

"As media evolve at a breathtaking pace, imagery is more vital than ever to the way we comunicate. We have collaborated with five leading designers to create 10 ways: interactive experiences that explore what makes visual language so powerful, and where it can take us".

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