quinta-feira, agosto 13, 2009

Gestores da educação na Rede

Falou-se muito do efeito Obama nas Redes Sociais. Era esperar para ver os políticos intensificarem sua presença, após uma demonstração tão evidente, naquela eleição, de que o vínculo eleitor-representante é um instrumento poderoso de construção de apoios.
A possibilidade de ser ouvido e de participar de diálogos sobre a condução da vida pública é sim objeto do desejo dos brasileiros, por mais que insistam na tecla da "alienação" ou do "despreparo" para a democracia. Ficou claro que os canais estão dados, e quem souber fazer melhor uso dessas oportunidades, ganha pontuação no jogo político, seja nas eleições ou em nomeações de equipes gestoras.
Isso está cada vez mais claro com a adoção intensa do Tweeter por vereadores, prefeitos, deputados, senadores, secretários e governadores, vários dos quais se preocupam em responder quando alguém posta uma mensagem que os envolve, cada um com seu estilo.
Recentemente, passei a acompanhar a Cláudia Costin, que atualmente é secretária da educação do Rio de Janeiro, e descobri que além de estar no Twitter ela bloga regularmente. Certo, não há no blog um diálogo muito evidente, o que é uma pena, mas duvido que ela não leia os comentários, portanto as manifestações chegarão aos seus ouvidos.
Ontem, descobri no Tweeter o secretário da educação do munícipio de SP, Alexandre Schneider (@AlexandreS01) e nota-se lá que sua interação direta com professores e público em geral é intensa.
Fico feliz de ver os responsáveis pelas decisões sobre o gerenciamento da rede pública de educação entrando na Rede, se expondo e se colocando ao alcance do diálogo. Acredito muito das dificuldades que existem na educação formal não serão superadas enquanto não houver espaço para a escuta. O fato desses gestores estarem por aqui em si só não resolve nada, mas é um indício de valorização dos processos de comunicação.

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terça-feira, junho 16, 2009

Contra a PM na USP

Essa manhã resolvi deixar de lado os trabalhos que tinha de corrigir e as atividades que tinha de preparar para ir a USP, universidade que me ofereceu formação na graduação, licenciatura, mestrado e doutorado, para participar de um ato em repúdio a presença da Polícia Militar na Universidade e ao descabido uso da força policial em manifestações na última semana. Seguem três post de voz que fiz no Gengibre, resumindo as falas da professora Marilena Chauí e do professor Antonio Cândido na mesa dessa manhã. Para arrematar, um video do protesto do dia 09.
Contra a PM na USP 1

Contra a PM na USP 2 - Marilena Chauí

Contra a PM na USP 3 - Antonio Cândido


Contra a PM na USP 4 - Marilena Chauí, Maria Vitória Benevides, minhas considerações

PM na USP - 09/06/2009

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terça-feira, janeiro 27, 2009

Campus Party, anotações sobre uma semana intensa

O que será que um desavisado que caiu no Campus Party pensou daquela loucura? Acho que o sentimento mais evidente ao longo da semana no CP, para mim, era intensidade.
Toda hora a gente tinha que optar entre participar de uma mesa ou outra. Às vezes dava para acompanhar duas, uma onde vc estava fisicamente, a outra pelo Ustream. Aliás, a transmissão pelo ustream, além do Twitter e da projeção do livestream da tag #cparty nos telões, foram, na minha opinião, as grandes vedetes tecnológicas do evento.
As mesas sobre educação foram poucas, mas interessantes - postei bastante sobre elas no blog do EducaRede. A dificuldade de obter conexão wifi (surpreendente!!)dificultou cobrir ou twittar das mesas que aconteciam na área de inclusão digital, o que excluiu quem estava longe de poder acompanhar e participar das conversas por chat. Essa participação, que pôde ser constante no CampusBlog, por exemplo, mostrou-se às vezes mais interessante que a própria contribuição dos debatedores.
As aprendizagens possíveis num evento como esse vão muito além da esfera da tecnologia. Me espantei ao acompanhar, na área de robótica, a palestra de uma profissional de odontologia, falando sobre a propriedade dos polímeros!! Mais um minutinho assistindo e descobri que o tema era relevante para aprender a manipular a silicone para produzir as fantasias dos robôs. Em outro grupo, falava-se sobre os arquétipos junguianos, ótima referência para a turma de design de games.
Os vínculos "esfera digital" & "esfera material" se consolidam também nas intersecções que vão se confirmando em novas práticas. Vibrei, por exemplo, ao saber que a Soninha Francine, agora subprefeita da região da Lapa, vai incorporar estratégias de mapeamento em wiki para melhorar a gestão da região. Também fiquei feliz em receber um comentário da Conceição, contando que levará para o planejamento de sua escola o material do EducaRede sobre avaliação, que mencionei num post sobre Indicadores de TICs na Educação. Acabou a era mítica do ciberespaço como um lugar alheio à nossa vida.
Outra delícia do CP é a possibilidade de encontrar seus contatos na Rede e conhecer tantas outras pessoas que se interessam por cultura digital. E isso inclui estudantes de computação, publicitários, monitores de telecentros, pesquisadores universitários, blogueiros, enfim, gente de áreas muito variadas. Saí de lá todos os dias mais tarde do que esperava - sempre acabava aparecendo mais alguém, mais uma conversa que me fazia adiar a partida.
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Ficou longo, mas quis escrever tudo antes que esfriasse... e que eu fosse tragada pelas próximas demandas. Agora, estou devendo só as fotos...

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quinta-feira, junho 12, 2008

A candidatura Obama e o uso da mídia social

Tenho acompanhado e comentado o uso da internet que Barack Obama tem feito em sua campanha. Estas idéias ficaram concentradas em postagens no Sobre História, meu blog número 2, criado no início do ano. Andei entusiasmada por observar que ele entendeu como funciona a rede e soube permitir que a rede trabalhasse a seu favor.
Li nesses dias artigos excelente sobre o tema. Um deles é "The wiki-way to nomination", escrito por Noam Cohen, articulista que tem escrito bastante sobre tecnologias e sociedade no New York Times.
Comparado aos fenômenos das "start up" da internet, falou-se muito sobre o Obama: bom artigo de Marc Ambinder, "HisSpace", que faz um a boa descrição do uso feito pelos recursos de comunicação pelos candidatos à presidência ao longo da história dos EUA. Fala sobre Andrew Jackson e o uso dos jornais e da expansão do sistema de correios, Franklin Roosevelt e o rádio, John F. Kennedy e a televisão.
Em outro artigo, Andrew Sullivan chama o estilo de Obama de política do Facebook. É algo a se pensar, quando um candidato a presidente consegue levantar US$30 milhões por mês, sendo 95% das doações na faixa dos US$200. Taí uma situação em que os grupos de interesse perdem força para a cidadão comum.
O que fica no ar são as reais perspectivas de manutenção dessa gestão bottom-up caso ele seja eleito. Na verdade, antes disso haverá todo o 2o round da campanha, o que em si já será um bom período de observação do desdobramento destas práticas.

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