Blogagem Coletiva: quem foi seu Monteiro Lobato
Hoje, dia 18 de abril, é o dia de aniversário de Monteiro Lobato.
E instigada pela blogagem coletiva proposta pelo Fio de Ariadne, conto um pouco sobre Lobato na minha vida.
Minhas primeiras memórias relacionadas a Monteiro Lobato são da coleção encadernada da obra infantil que habitava uma estante no corredor da casa da minha vizinha. Eu olhava aquela fileira de livros fascinada - a coleção ônibus, como brincava o Lobato. Foi num empréstimo do primeiro tomo que li Reinações de Narizinho, que me encantou como história e me fez sofrer terrivelmente, aquele medão de criança, por ter descolado a lombada do livro, de tanto manusear.
O segundo fascínio veio na biblioteca da escola, que possuia a edição ilustrada, livros grandes que me apresentaram à mitologia grega e me iniciaram na paixão pela História, com a leitura de Os Doze Trabalhos de Hércules.
E muitos livros e anos depois, reencontrei o Lobato na hora em que resolvi fazer um mestrado em história, e, muito ligada em literatura, me debrucei sobre as cartas de autores brasileiros. Mário de Andrade, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa e, veja só... Monteiro Lobato. Não houve como escapar, o tema da dissertação emergiu com rapidez. E passei o mestrado de olho nas cartas, mas também na obra adulta e na obra infantil.
E de leitora de Lobato passei a escrever sobre ele. "O Caleidoscópio da Modernização - discutindo a obra e a atuação de Monteiro Lobato" é o nome da dissertação que escrevi em 1991, ainda não publicado. É um texto que traz bons diálogos sobre esse homem tão multifacetado que teve um papel fundamental na difusão de uma mentalidade de amor à literatura em nosso país, na história da indústria do livro, na criação de uma mentalidade preparada para a modernização que se anunciava, nos embates culturais, políticos e econômicos do país.
Quem sabe essa nova conversa sobre Lobato me empurra de vez para tirar o texto da gaveta?
Etiquetas: história, livros, Lobato literatura
9 Comments:
Vc lembra a Clarice em Felicidade clandestina. E também Meu Lobato foi o prórpio. Li todos. Eu não fui sua vizinha mas tinha a coleção de 17 volumes da obras infantis e li todas. Os Doze trabalhos de Hércules (em dois tomos)foi uma viagem - uma trip mesmo- que despertou meu encanto pela mitologia.
Gostei de seu postado porque além da leitora vc se tornou uma mestra em história que se debruçou sobre autores da minha maior estima, de dentro da minha formação. E fez um Caleidoscópio que me interessa. Umapena não ter sido publicado.
Nossa, a Clarice... Preciso reler, tenho uma lembrança muito vaga desse livro... Vi pelo seu perfil que temos muitos interesses em comum! Bendita Rede que nos aproxima, apesar da quilometragem. Quanto ao Caleidoscópio, ele ainda vai circular por aí, pode apostar.
abço
Lilian
Sou de uma época que a linguagem televisiva já era popular. Conheci Monteiro Lobato através da Primeira série de Sítio do Pica Pau Amarelo. Quantas vezes, eu me lembro, de ter a televisão desligada e continuar olhando pra tela com a imaginação longe, lá naquelas cenas. Me imaginava vivendo aquelas situações. È claro que quando tive a possibilidade li Reinações de Narizinho. A Chave do Tamanho...Hoje sou professora de Educação Infantil, do 4º e 5 º ano e lembro de Monteiro Lobato. Mesmo escutando de,coitados ignorantes culturais, que é fora de moda falar do Mestre.
Muito justo falar de Monteiro...
Kenia Gentiluci Toledo - Itaperuna
Pois é, Kenia, sabe que andei olhando para o Sítio na TV com bons olhos?
Meus flhos assistem em DVD e amam...
E a partir daí, lemos "A reforma da natureza" nas féris, e eles adoraram...
Acho que a série na TV faz um remix que o Lobato também fazia em sua obra... Acho que ele aprovaria
abços
Lilian
Kenia,
dou a maior forca, tira o texto da gaveta e publica.
Abracos, Octavio
Lilian, desculpe-me demorei para aparecer. A organização e divulgaçãos dos links tomou tempo. Obrigada por contar sua história na coletiva.
Espero que o texto saia da gaveta !
Abraço
Olá Lílian,
Lobato teve presença marcante na vida de muitos de nós, o que seria da infância sem Lobato??
Belo post, abraços.
Olás,
Vanessa, parabéns pela iniciativa, li tantas outras coisas legais ontem... a blogaem coletiva é uma ótima forma da gente adensar a nossa rede.
Octávio, Luciano, obrigada pelo estímulo, vou tomar vergonha, scanear o texto (foi escrito num 286 e salvo em disquete 5 e 1/4 que empenaram, acreditam?) e começar ir atrás de publicar.
Sem dúvida, uma infância sem Lobato tem muito menos graça...
Acho que deveria tirá-lo sim da gaveta e procurar por apoio para publicá-lo. Quem sabe o ponta pé inicial seja a Laura Sandroni, fundadora da Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil? Não custa tenta, ã? Boa blogagem! Beijus
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