A cultura esvaziada pelo marketing cultural
"Idade das Trevas" é o nome do artigo de hoje do crítico Jorge Coli na Folha de S. Paulo. Ele faz uma análise muito instigante sobre os problemas entre cultura e patrocínio cultural, uma associação que não é nova, mas que traz questões complexas sobre a natureza da produção cultural.
A diferença que Coli aponta está no objetivo final do patrocínio cultural: na medida em que seu foco é a obra de arte, ainda que haja caminhos não muito nobres na obtenção de recursos para consolidar uma coleção, é possível que ela se perpetue como um acervo de importância, sem descaracterizar-se. Um exemplo citado é a trajetória de Assis Chateaubriand e a fundação do MASP,que, como lembra Coli, "nasceu como coleção, não como prédio".
Já quando a cultura se torna pretexto para o negócio do "marketing cultural", o vale tudo toma conta das relações e das obras. Afirma Coli:
"Marketing e cultura são excludentes; o marketing esvazia qualquer manifestação artística ou cultural a ele submetida. Faz com que perca sua natureza, transforma-a em pretexto. Nesses casos, a obra, mesmo de corpo presente, some. Visível, mas invisível, aquilo que contém de essencial e profundo fica escamoteado".
Reflexões fundamentais em época de um Brazil Connections desmascarado (e o Edemar Cid Ferreira preso) e de um Masp às escuras por conta de uma gestão vaidosa e cega às responsabilidades que possui.
A diferença que Coli aponta está no objetivo final do patrocínio cultural: na medida em que seu foco é a obra de arte, ainda que haja caminhos não muito nobres na obtenção de recursos para consolidar uma coleção, é possível que ela se perpetue como um acervo de importância, sem descaracterizar-se. Um exemplo citado é a trajetória de Assis Chateaubriand e a fundação do MASP,que, como lembra Coli, "nasceu como coleção, não como prédio".
Já quando a cultura se torna pretexto para o negócio do "marketing cultural", o vale tudo toma conta das relações e das obras. Afirma Coli:
"Marketing e cultura são excludentes; o marketing esvazia qualquer manifestação artística ou cultural a ele submetida. Faz com que perca sua natureza, transforma-a em pretexto. Nesses casos, a obra, mesmo de corpo presente, some. Visível, mas invisível, aquilo que contém de essencial e profundo fica escamoteado".
Reflexões fundamentais em época de um Brazil Connections desmascarado (e o Edemar Cid Ferreira preso) e de um Masp às escuras por conta de uma gestão vaidosa e cega às responsabilidades que possui.
2 Comments:
Seu texto e o ao que ele faz referência merecem um comentário bem preparado e eu o farei em oportunidade melhor. De qualquer forma, muito bom seu blog e o estou recomendo no meu, na lista de links rotativos.
abraço,
Wilson Doll
Olá, sou do grupo ead, vim aqui pra conseguir seu email ou otra forma de entrar em contato contigo pra buscar suas indicações para nosso seminário.
Se puder, envie para meu email o contato das professoras. mariofialho@hotmail.com
Muito obrigado pela ajuda e parabéns pelo blog.
Enviar um comentário
<< Home