O Tribunal da Quinta-feira, uma ótima reflexão sobre os tribunais nossos de cada dia
Gostei muito de ler O Tribunal da Quinta-Feira, de Michel Laub,publicado pela Companhia das Letras esse finado 2016.
Nesse romance, voltei a constatar sua maestria literária na elegância da linguagem, na construção da trama, na coerência textual ao longo do livro, características que já apareciam no excelente Diário da Queda, o único outro título que li desse autor.O tempo da narrativa não respeita a cronologia da história, o que facilita que as informações sobre as personagens sejam reveladas aos poucos, mantendo o suspense e brincando com as expectativas do leitor.
E haverá algo mais apropriado para um livro escrito em 2016 que a metáfora de um tribunal? Num ano marcado por vazamentos de informação dos mais diversos tipos, debates sobre o uso das mídias na criação de opinião pública, dinâmica cotidianas de pressão nas redes sociais, o autor consegue, com um enredo que faz uso de todas essas experiências, nos colocar como membros de seu tribunal. Quando me dei conta, estava julgando até o autor e sua capacidade manipulativa ao produzir o romance. Uma estratégia brilhante para acabar com nossa ilusões de isentões e imparciais.
Somado a tudo isso, o Tribunal de Quinta-feira é um texto lindo sobre relações humanas, a de cada um com sua própria história, as proximidades e distâncias que criamos com amigos, amantes, colegas de trabalho, companheiros de vida, o universo das convenções e os desejos de ir além das pequenas hipocrisias. É um livro que vai fundo nas dicotomias corpo-cultura, nos lembrando que somos muito mais animalescos do que conseguimos reconhecer. Talvez seja essa uma pista de entendimento fundamental para nossos posicionamentos nos tribunais nossos de cada dia.
Nesse romance, voltei a constatar sua maestria literária na elegância da linguagem, na construção da trama, na coerência textual ao longo do livro, características que já apareciam no excelente Diário da Queda, o único outro título que li desse autor.O tempo da narrativa não respeita a cronologia da história, o que facilita que as informações sobre as personagens sejam reveladas aos poucos, mantendo o suspense e brincando com as expectativas do leitor.
E haverá algo mais apropriado para um livro escrito em 2016 que a metáfora de um tribunal? Num ano marcado por vazamentos de informação dos mais diversos tipos, debates sobre o uso das mídias na criação de opinião pública, dinâmica cotidianas de pressão nas redes sociais, o autor consegue, com um enredo que faz uso de todas essas experiências, nos colocar como membros de seu tribunal. Quando me dei conta, estava julgando até o autor e sua capacidade manipulativa ao produzir o romance. Uma estratégia brilhante para acabar com nossa ilusões de isentões e imparciais.
Somado a tudo isso, o Tribunal de Quinta-feira é um texto lindo sobre relações humanas, a de cada um com sua própria história, as proximidades e distâncias que criamos com amigos, amantes, colegas de trabalho, companheiros de vida, o universo das convenções e os desejos de ir além das pequenas hipocrisias. É um livro que vai fundo nas dicotomias corpo-cultura, nos lembrando que somos muito mais animalescos do que conseguimos reconhecer. Talvez seja essa uma pista de entendimento fundamental para nossos posicionamentos nos tribunais nossos de cada dia.
Etiquetas: livros, redes_sociais, sociedade
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