Pensamentos entre ordens e desordens
A árdua tarefa de reorganizar o escritório nos leva a jornadas que misturam descarte puro e simples da papelada que se avolumou ao longo do tempo e contemplação dos rastros da própria jornada de vida, de formação e trabalho.
É, ao mesmo tempo, uma atividade tediosa e fascinante.
Aos poucos, vamos nos dando conta das armadilhas no caminho.
A cada álbum de fotos encontrado, a tentação de escanear algumas e compartilhar: família, amigos, colegas de trabalho, alunos! Tempos que são queridamente revividos, tempo da arrumação que subitamente se prolonga.
Materiais produzidos por outros colegas e mesmo atividades que criamos anos atrás aparecem em pastas esquecidas e, claro, tornam-se imediatamente uma oportunidade de repensar se não é exatamente o que poderia ser útil para o curso que logo terá início.
E as atividades de alunos que guardamos, por razões variadas? Tão bacana olhar de novo...
Textos arquivados são incontáveis. Muitos estão anotados e grifados, leituras queridas que já se tornaram parte do que somos. Outros que estão esperando o cumprimento da promessa eternamente adiada de leitura, votos que parecem sempre se renovar. Parte deles tornam-se candidatos imediatos à doação: estudantes de história, letras, pedagogia, quantos não fariam a festa com as páginas desses autores! É difícil convencer-se de que podemos abrir mão do suporte material...
Pequenas surpresas aparecem nessa temporada no meio da poeira, das pilhas espalhadas nos móveis e no chão, no vai e vem das sacolas para acomodar os restos racionalizados dessa fúria ordenadora. A redação guardada desde o colegial, com um "Muito bom!" da professora; o envelope com a caligrafia do pai, um "Para Lilian" tão familiar; o desenho do filho - um menino em boneco palito, com a minha anotação "Mãe, sabe quem é? Sou eu!", a data indicando que dez anos se passaram.
O final da arrumação, na verdade, é o ponto de equilíbrio no qual o incômodo que nos levou a ela já deixou de existir e as possibilidades começar uma nova bagunça foram retomadas. Um ciclo se reinicia, com as energias arejadas e o desejo reafirmado de menor acumulação. Quem sabe...
É, ao mesmo tempo, uma atividade tediosa e fascinante.
Aos poucos, vamos nos dando conta das armadilhas no caminho.
A cada álbum de fotos encontrado, a tentação de escanear algumas e compartilhar: família, amigos, colegas de trabalho, alunos! Tempos que são queridamente revividos, tempo da arrumação que subitamente se prolonga.
Materiais produzidos por outros colegas e mesmo atividades que criamos anos atrás aparecem em pastas esquecidas e, claro, tornam-se imediatamente uma oportunidade de repensar se não é exatamente o que poderia ser útil para o curso que logo terá início.
E as atividades de alunos que guardamos, por razões variadas? Tão bacana olhar de novo...
Textos arquivados são incontáveis. Muitos estão anotados e grifados, leituras queridas que já se tornaram parte do que somos. Outros que estão esperando o cumprimento da promessa eternamente adiada de leitura, votos que parecem sempre se renovar. Parte deles tornam-se candidatos imediatos à doação: estudantes de história, letras, pedagogia, quantos não fariam a festa com as páginas desses autores! É difícil convencer-se de que podemos abrir mão do suporte material...
Pequenas surpresas aparecem nessa temporada no meio da poeira, das pilhas espalhadas nos móveis e no chão, no vai e vem das sacolas para acomodar os restos racionalizados dessa fúria ordenadora. A redação guardada desde o colegial, com um "Muito bom!" da professora; o envelope com a caligrafia do pai, um "Para Lilian" tão familiar; o desenho do filho - um menino em boneco palito, com a minha anotação "Mãe, sabe quem é? Sou eu!", a data indicando que dez anos se passaram.
O final da arrumação, na verdade, é o ponto de equilíbrio no qual o incômodo que nos levou a ela já deixou de existir e as possibilidades começar uma nova bagunça foram retomadas. Um ciclo se reinicia, com as energias arejadas e o desejo reafirmado de menor acumulação. Quem sabe...
Etiquetas: crônica, educação, história família imagens, memória, organização