sábado, janeiro 31, 2009

Ciência, tecnologia e educação

Assisti ontem palestra excelente do Prof. Carlos Henrique Brito Cruz, diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa - SP, como parte da semana de planejamento da escola, sobre "Ciência, tecnologia e educação".
Foi a primeira vez que ouvi o prof. Brito, que é físico e que já foi reitor da Unicamp. Ele é um excelente professor.
Nesse link estão as minhas anotações, para quem tiver interesse.

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terça-feira, janeiro 27, 2009

Campus Party, anotações sobre uma semana intensa

O que será que um desavisado que caiu no Campus Party pensou daquela loucura? Acho que o sentimento mais evidente ao longo da semana no CP, para mim, era intensidade.
Toda hora a gente tinha que optar entre participar de uma mesa ou outra. Às vezes dava para acompanhar duas, uma onde vc estava fisicamente, a outra pelo Ustream. Aliás, a transmissão pelo ustream, além do Twitter e da projeção do livestream da tag #cparty nos telões, foram, na minha opinião, as grandes vedetes tecnológicas do evento.
As mesas sobre educação foram poucas, mas interessantes - postei bastante sobre elas no blog do EducaRede. A dificuldade de obter conexão wifi (surpreendente!!)dificultou cobrir ou twittar das mesas que aconteciam na área de inclusão digital, o que excluiu quem estava longe de poder acompanhar e participar das conversas por chat. Essa participação, que pôde ser constante no CampusBlog, por exemplo, mostrou-se às vezes mais interessante que a própria contribuição dos debatedores.
As aprendizagens possíveis num evento como esse vão muito além da esfera da tecnologia. Me espantei ao acompanhar, na área de robótica, a palestra de uma profissional de odontologia, falando sobre a propriedade dos polímeros!! Mais um minutinho assistindo e descobri que o tema era relevante para aprender a manipular a silicone para produzir as fantasias dos robôs. Em outro grupo, falava-se sobre os arquétipos junguianos, ótima referência para a turma de design de games.
Os vínculos "esfera digital" & "esfera material" se consolidam também nas intersecções que vão se confirmando em novas práticas. Vibrei, por exemplo, ao saber que a Soninha Francine, agora subprefeita da região da Lapa, vai incorporar estratégias de mapeamento em wiki para melhorar a gestão da região. Também fiquei feliz em receber um comentário da Conceição, contando que levará para o planejamento de sua escola o material do EducaRede sobre avaliação, que mencionei num post sobre Indicadores de TICs na Educação. Acabou a era mítica do ciberespaço como um lugar alheio à nossa vida.
Outra delícia do CP é a possibilidade de encontrar seus contatos na Rede e conhecer tantas outras pessoas que se interessam por cultura digital. E isso inclui estudantes de computação, publicitários, monitores de telecentros, pesquisadores universitários, blogueiros, enfim, gente de áreas muito variadas. Saí de lá todos os dias mais tarde do que esperava - sempre acabava aparecendo mais alguém, mais uma conversa que me fazia adiar a partida.
-.-.-.-.-.-.-.-.-

Ficou longo, mas quis escrever tudo antes que esfriasse... e que eu fosse tragada pelas próximas demandas. Agora, estou devendo só as fotos...

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sexta-feira, janeiro 23, 2009

magnetismo do Campus Party

Adrenalina total nessa semana do Campus Party. Há uma química lá que é surpreendente, mistura de empolgação das pessoas com abertura para relacionar-se, auto-organização e poucas formalidades. Há muito barulho, um agito permanente, mas tenho encontrado todos os dias motivos pra "ficar mais um pouquinho". Escrevo mais sobre isso depois que terminar.
Por enquanto, pra quem não sabia, estou postando no Blog do EducaRede. Quem quiser aparecer por lá, as conversas estão valiosas.

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domingo, janeiro 18, 2009

Educadores e a blogagem

Blogar, para mim, é uma ação que vale por si só. Me explico: se fosse me perguntar por que ponho meu tempo nisso, a resposta não teria a ver com dinheiro nem com projeção. É evidente que não recuso oportunidades de dar uma folga ao orçamento, nem sou espartana com minha própria vaidade. Mas o fato de estar aqui, post após post, expressando idéias, participando de conversas e promovendo links não se sustentaria se o subtexto fosse expectativa financeira ou fama. O que me mantém aqui é o ganho pessoal, a organização das idéias ao redigi-las para uma audiência, os contra-pontos que aparecem nos comentários, o registro ao longo do tempo.
Em dezembro último, nesse post, comentei que estava em curso o Best Blogs Brasil 2008, e que me parecia importante que educadores que produzem na blogosfera pudessem, nessa oportunidade, mostrar que estão por aqui e que tem o que dizer.
Para minha alegria, dois blogs de educadores foram vitoriosos: o Miriam Salles, na categoria Educação, e o Caldeirão de Idéias, do NTE de Itaperuna, na categoria blog corporativo.
A premiação vai ser no Campus Party, no dia 24, às 20h.
Insisto na idéia de que o estímulo à expressão dos professores por meio da Rede é um recurso poderoso para a maior repercussão da voz da categoria na orientação dos projetos educacionais em cada escola. E situações como essa podem servir de inspiração para outros educadores que ainda não descobriram esse ganhos implícitos que a blogagem traz.

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terça-feira, janeiro 13, 2009

Para crianças e para adultos


Livro pra criança muitas vezes é tão bom pra adulto também! Tenho curtido muito a aproximação dos meus pequenos da literatura, é quase uma oportunidade de fazer esse caminho pela segunda vez.
E então aproveito pra noticiar que está chegando às livrarias o livro da minha querida amiga Renata Paiva, A vovó virou bebê, da Panda Books.
A história é uma forma de poder conversar com as crianças, com muita delicadeza, sobre situação de doenças cada vez mais comuns entre seus avós - nesse caso, trata-se de Alzheimer.Fugindo do tom enciclopédico e ensinando sobre a doença a partir das mudanças na rotina familiar, o livro serve também para ajudar as crianças e os adultos a tratarem o doente com carinho e adequação.
Achei ótima essa idéia, pois nós adultos muitas vezes temos dificuldade de lidar com essas questões. Começar a compartilhar com as crianças é uma forma de ajudá-las a compreender do que se trata e trabalharmos as próprias angústias.
Quem quiser saber um poquinho mais sobre o livro, veja a entrevista nesse link.

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sexta-feira, janeiro 09, 2009

Napoleon 101, que prazer!

Começo de ano difícil, já às voltas com trabalho e angustiada com a situação em Israel e em Gaza. Muitas coisas a dizer sobre o tema, mas ainda precisando de organização.
Em meio a tudo isso, com o desejo de investir na melhoria do inglês oral, segui os conselhos da Carla Arena e sempre que posso ligo o MP3 no celular e escuto um podcast.
A boa coincidência foi que comecei a ler o 1808, do Laurentino Gomes, que indicou com grandes elogios a série de podcasts sobre Napoleão Bonaparte, Napoleon 101 .
É uma série produzida pelo The Podcast Network, organizada como um bate papo entre o historiador americano David Markham e o australiano Cameron Reilly, que vejo que é blogueiro dos bons, além de empresário e grande conhecedor da história de Napoleão também.
São cerca de 45 episódios que estão no ar, produzidos desde 2006, com cerca de 60' cada um. Já ouvi os sete primeiros, e eles são simplesmente deliciosos. Indico com veemência para quem se interessa por história e encara inglês com alguma fluência.
Muito louco isso de ficar ouvindo tantos detalhes sobre Napoleão, política e guerra, nesse momento...

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domingo, janeiro 04, 2009

Redes no "Mapa Fantasma" de Steven Johnson

Terminei de ler O Mapa Fantasma, do Steven Johnson (depois de quase um ano que comprei, no lançamento no Campus Party 2008!).
O livro fala sobre a epidemia de coléra em Londres, na década de 1854, e das formas como dois homens, um médico e um pastor, conseguem reunir dados o suficiente para compreender as origens da epidemia e as medidas a serem tomadas para barrá-la.
Johnson utiliza esse episódio, após uma profunda pesquisa, como um excelente estudo de caso sobre a articulação de redes: redes de contato humano, redes de informação, redes de conexão geográfica, redes de circulação de bens e dejetos pela cidade.
Quem leu "Emergência: a dinâmica de redes em formigas, cérebros, softwares e cidades" sentirá familiaridade com o Mapa Fantasma, como uma aplicação de um arcabouço teórico pelo qual Johnson transita com muita naturalidade.
O livro passa por questões da geografia e do urbanismo, da história da administração pública, da história da ciência e da superstição, pela natureza e limites da comunicação. E transita, em meio a esses diferentes olhares, entre o olhar microscópico, relacionado diretamente à bomba d'água que disseminou o coléra e seus contatos imediatos, e um olhar macroscópico, que observa a cidade no seu conjunto, a ciência de uma form mais ampla, a história e a política da Inglaterra naquele momento.
Nesse sentido, vejo uma grande influência de Johnson no meu próprio trabalho. Ele é diretamente citado, mas especificamente por A Cultura da Interface. Entretanto, possivelmente foi por meio da leitura de Emergência que comecei a me inspirar para brincar também de olhar de longe e olhar de perto as interações em ambientes digitais, o que rendeu, acredito, uma importante contribuição metodológica para a compreensão desses processos.

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Kubrick , um mestre revisitado

Coisas boas, essas de férias.
De uma conversinha à toa na estrada a caminho da praia, em que comentou-se a qualidade das trilhas sonoras dos filmes do Stanley Kubrick, nasceu a decisão de elegê-lo o nosso "diretor favorito" desse verão. Estamos atrás de ver ou rever todos os filmes que conseguirmos encontrar.
Como boa surpresa, descobri que há muitos lançados em DVD, e nessa última semana nos deliciamos com dois deles.
O primeiro foi o Dr. Fantástico, título em português para "Dr. Strangelove or How I learned to stop worrying and love the bomb". Essa comédia é de 1964, auge da Guerra Fria. Totalmente filmado na Inglaterra, esteve na mira do serviço secreto dos EUA pelo realismo com que retrata algumas instalações e aviões norte-americanos. É um excelente ponto de partida para a compreensão daquele período, e uma corajosa ironia sobre as instituições e as relações de poder. Peter Sellers, em três papéis distintos, é um show em especial.
O segundo foi Lolita, de 1962, que acabei de assistir. Há filmes e livros que a gente mais houve falar do que conhece mesmo, e Lolita é um deles. O livro do Nabokov está na minha estante, a história é daquelas manjadíssima no quesito citação. Mas o filme é uma obra de arte. Novamente o Petter Sellers, que eu nem esperava, contracenando com o James Mason, perfeitos. O roteiro também é do Nabokov. A elegância com que se desenrola a narrativa, a capacidade de dizer muito de forma indireta, os objetos corretos ao alcance do melhor ângulo da fotografia, excelente.
Que bom que ainda estamos no dia 3. Essas férias, pelo jeito, ainda vão render várias outras sessões desse mestre!

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