quarta-feira, julho 30, 2008

Registro de nascimento

Para registrar:
Nasceu essa manhã minha tese de doutorado, denominada "Interação de professores em fóruns eletrônicos: um estudo de caso do programa Educar na Sociedade da Informação", sob orientação do professor Marcelo Giordan.
Mãe e filha passam bem!
Voltarei a informar quando for disponibilizada uma versão digital para acesso público.

domingo, julho 27, 2008

The Hyperlinked Society

"O hyperlink é uma das maiores invenções dos últimos 50 anos".
Essa é uma das frases da introdução de The Hyperlinked Society: Questioning Connections in the Digital Age, editado por Joseph Turow and Lokman Tsui.
Grande livro publicado em versão integral online, como coletânea de artigos, com autores feras na pesquisa sobre o tema, como o próprio David Weinberg, de quem recebi a referência.
Aliás, o livro nos leva a página da Michigan University Press, que mantém alguns livros gratuitos para leitura online e os coloca à venda em formato impresso. Gostei do modelo.

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sexta-feira, julho 25, 2008

"Rei do Spam" foge da cadeia nos Estados Unidos

Essa é a manchete de uma matéria do Geek, o site que me traz mais notícias curiosas sobre o mundo da tecnologia.
É curiosa a história: o cara tinha sido condenado a 7 meses de prisão em um presídio de baixa segurança, e se mandou num dia que a mulher foi visitar. está sendo procurado pelo FBI. Onde será que ele vai se esconder? Conseguirá nosso herói resistir à tentação de inundar milhares de mails com suas mensagens indesejadas?
O jornal Inquirer deu um alerta a seus leitores: "Tranquem suas caixas de e mail".
Fala sério... Parece enredo de filme B.
...
Olha, nem bem terminei o post e já vejo outra matéria surpreendente, "Não ao vandalismo interestelar": um professor da Universidade do Texas alertando a Nasa para a prática de pichação dos planetas pelos astronautas...

sábado, julho 19, 2008

Internet e democracia

A Rede tem dessas coisas, de tempos em tempos aparece alguma iniciativa entrecruzada entre blogs, e saem muitas coisas interessantes.Lembro de uma promovida pelo Nós na Rede em 2005, o tema era Descriminalização do Aborto, foram dezenas de postagem, a favor, contra, ponderando os dois lado.
Hoje, a blogagem coletiva é contra a censura, dada as investidas recentes do Estado brasileiro por uma regulação da internet que é excessiva. As demais postagens do dia podem ser encontradas no Xô Censura.
A discussão na Rede sobre internet e democracia é extensa, muito grupos experimentando, buscando entender parametros para lidar com fenômenos que estão em franca transformação.
É uma tristeza ver o Congresso Nacional simplesmente aprovar um projeto de lei com essas características passando absolutamente ao largo desses debates.
Fica aqui registrado: já são mais de 67 mil assinaturas na petição online contra o Projeto Azeredo. Se vc ainda não assinou, ainda é tempo.
Afinal, a sanha limitante dos legisladores brasileiros é capaz de alguma hora resolver banir também este tipo de manifestação.

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350


Dica da minha querida Debbie Pulver, ativista séria na área de questões ambientais.
Achei o vídeo bem feito,útil para campanhas de conscientização sobre a necessidade de se reduzir a emissão de CO2.

sexta-feira, julho 11, 2008

Cultura e história do negro no Brasil

O Centro de estudos africanos vai promover, entre agosto e novembro, o curso "Aspectos da cultura e da história do negro no Brasil". É coordenado pelo professor Kabenguele Munanga, e voltado para professores do Ensino Fundamental e Médio, e para interessados em geral.
São vários professores, e há temas muito interessantes, como:
As origens geográficas dos africanos escravizados
O negro no território brasileiro e o regime escravista: adaptação e resistência
Atuação do negro na abolição
O negro após a abolição e novas formas de resistência
O movimento negro contemporâneo
Culturas negras no Brasil
Resistências artísticas: culinária, música, dança, artes visuais, literatura, arte do corpo (capoeira), arquitetura, etc.
Negro e discriminação racial no Brasil
O curso será às 3as feiras, das 19h às 22h, no prédio da Filosofia e Ciência Sociais - USP, e dá direito à certificado.
Maiores informações e inscrições aqui.
Atenção para o fato que hoje ainda é possível se inscrever para concorrer a vagas gratuitas.

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quinta-feira, julho 10, 2008

Senado aprova controle da internet - ainda resta a Câmara

É preciso registrar a aprovação do projeto do Senador Eduardo Azeredo, que representa poderes bastante questionáveis para o Estado brasileiro, no que diz respeito à liberdade do cidadão. Não se trata de facilitar acobertamento de crimes, mas de se pensar nas formas como se pretende coibi-los. Igualmente, passa por um inevitável "defina crime", que nesse momento passa a incluir coisas prosaicas, como transferir seu CD comprado na loja para seu aparelho de MP3. Evidentemente há coisas ainda mais sérias, como obrigar provedores a seguir sigilosamente os passos de alguém acusado de um crime, sem necessidade de mandato judicial. Pior que aquele filme, "A vida dos outros".
Parece que passaram das 11 mil as assinaturas na petição on-line contra o projeto.
Alguma esperança que haja vida inteligente na Câmara dos deputados...

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terça-feira, julho 08, 2008

Energia do celular é golpe publicitário

Na Rede às vezes vale à pena a gente esperar para postar... Ou então postar e informar quando descobrir que foi "mula" do marketing viral...
Descobri isso após o comentário do Júlio Boaro, que explica que o videozinho em que os celulares estouram as pipocas é uma montagem de uma empresa para popularizar o uso de fones Bluetooth. Os videos já estão no YouTube com a assinatura da empresa, e no site ela informa que isso acontece apenas em filmes
Ai que medo 2... que mais a gente pode disseminar por viral?
Entendo que essa estratégia é uma tendência na Rede, mas não vejo graça. Vc faz as pessoas passarem por estúpidas, e depois coloca o nominho da sua empresa, isso lá é publicidade? Só se for na linha do falem mal, mas falem d mim...

domingo, julho 06, 2008

Energia do celular - Marketing Viral

Ai, que medo (do que podem fazer a publicidade e os mitos da ciência)

Dica do Hd.

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Contra o projeto de lei do Senador Azeredo

Essa carta foi escrita pelo Sérgio Amadeu e o André Lemos e esta circulando para angariar adesões de professores e pesquisadores. Quem estiver de acordo e quiser assiná-la basta mandar um ok com o nome e a instituição para samadeu@gmail.com, ou deixar um comentário no blog do Sérgio. O projeto está previsto para ser votado no dia 9 de Julho. Se aprovado no Senado será um grande retrocesso para a pesquisa e produção de conhecimento.

MANIFESTO EM DEFESA DA LIBERDADE E DO PROGRESSO DO CONHECIMENTO NA INTERNET BRASILEIRA
A Internet ampliou de forma inédita a comunicação humana, permitindo um avanço planetário na maneira de produzir, distribuir e consumir conhecimento, seja ele escrito, imagético ou sonoro. Construída colaborativamente, a rede é uma das maiores expressões da diversidade cultural e da criatividade social do século XX. Descentralizada, a Internet baseia-se na interatividade e na possibilidade de todos tornarem-se produtores e não apenas consumidores de informação, como
impera ainda na era das mídias de massa. Na Internet, a liberdade de criação de conteúdos alimenta, e é alimentada, pela liberdade de criação de novos formatos midiáticos, de novos programas, de novas tecnologias, de novas redes sociais. A liberdade é a base da criação do conhecimento. E ela está na base do desenvolvimento e da sobrevivência da Internet.

A Internet é uma rede de redes, sempre em construção e coletiva. Ela é o palco de uma nova cultura humanista que coloca, pela primeira vez, a humanidade perante ela mesma ao oferecer oportunidades reais de comunicação entre os povos. E não falamos do futuro. Estamos falando do presente. Uma realidade com desigualdades regionais, mas planetária em seu crescimento.

O uso dos computadores e das redes são hoje incontornáveis, oferecendo oportunidades de trabalho, de educação e de lazer a milhares de brasileiros. Vejam o impacto das redes sociais, dos software livres, do e-mail, da Web, dos fóruns de discussão, dos telefones celulares cada vez mais integrados à Internet. O que vemos na rede é, efetivamente, troca, colaboração, sociabilidade, produção de informação, ebulição cultural. A Internet requalificou as práticas colaborativas, reunificou as artes e as ciências, superando uma divisão erguida no mundo mecânico da era industrial. A Internet representa, ainda que sempre em potência, a mais nova expressão da liberdade humana.

E nós brasileiros sabemos muito bem disso. A Internet oferece uma oportunidade ímpar a países periféricos e emergentes na nova sociedade da informação. Mesmo com todas as desigualdades sociais, nós, brasileiros, somo usuários criativos e expressivos na rede. Basta ver os números (IBOPE/NetRatikng): somos mais de 22 milhões de usuários, em crescimento a cada mês; somos os usuários que mais ficam on-line no mundo: mais de 22h em média por mês. E notem que as categorias
que mais crescem são, justamente, “Educação e Carreira”, ou seja, acesso à sites educacionais e profissionais. Devemos assim, estimular o uso e a democratização da Internet no Brasil. Necessitamos fazer crescer a rede, e não travá-la. Precisamos dar acesso a todos os brasileiros e estimulá-los a produzir conhecimento, cultura, e com isso poder melhorar suas condições de
existência.

Um projeto de Lei do Senado brasileiro quer bloquear as práticas criativas e atacar a Internet, enrijecendo todas as convenções do direito autoral. O Substitutivo do Senador Eduardo Azeredo quer bloquear o uso de redes P2P, quer liquidar com o avanço das redes de conexão abertas (Wi-Fi) e quer exigir que todos os provedores de acesso à Internet se tornem delatores de seus usuários,
colocando cada um como provável criminoso. É o reino da suspeita, do medo e da quebra da neutralidade da rede. Caso o projeto Substitutivo do Senador Azeredo seja aprovado, milhares de internautas serão transformados, de um dia para outro, em criminosos. Dezenas de atividades criativas serão consideradas criminosas pelo artigo 285-B do projeto em questão. Esse projeto é uma séria ameaça à diversidade da rede, às possibilidades recombinantes, além de
instaurar o medo e a vigilância.

Se, como diz o projeto de lei, é crime "obter ou transferir dado ou informação disponível em rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, sem autorização ou em desconformidade à autorização, do legítimo titular, quando exigida", não podemos mais fazer nada na rede. O simples ato de acessar um site já seria um crime por "cópia sem pedir autorização" na memória “viva” (RAM) temporária do computador. Deveríamos considerar todos os browsers
ilegais por criarem caches de páginas sem pedir autorização, e sem mesmo avisar aos mais comum dos usuários que eles estão copiando. Citar um trecho de uma matéria de um jornal ou outra publicação on-line em um blog, também seria crime. O projeto, se aprovado, colocaria a prática do “blogging” na ilegalidade, bem como as máquinas de busca, já que elas copiam trechos de sites
e blogs sem pedir autorização de ninguém!

Se formos aplicar uma lei como essa as universidades, teríamos que considerar a ciência como uma atividade criminosa já que ela progride ao "transferir dado ou informação disponível em rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado", “sem pedir a autorização dos autores" (citamos, mas não pedimos autorização aos autores para citá-los). Se levarmos o projeto de lei a sério, devemos nos perguntar como poderíamos pensar, criar e difundir conhecimento sem sermos criminosos.

O conhecimento só se dá de forma coletiva e compartilhada. Todo conhecimento se produz coletivamente: estimulado pelos livros que lemos, pelas palestras que assistimos, pelas idéias que nos foram dadas por nossos professores e amigos. Como podemos criar algo que não tenha, de uma forma ou de outra, surgido ou sido transferido por algum "dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, sem autorização ou em desconformidade à autorização, do legítimo titular"?

Defendemos a liberdade, a inteligência e a troca livre e responsável. Não defendemos o plágio, a cópia indevida ou o roubo de obras. Defendemos a necessidade de garantir a liberdade de troca, o crescimento da criatividade e a expansão do conhecimento no Brasil. Experiências com Software Livres e Creative Commons já demonstraram que isso é possível. Devemos estimular a colaboração e
enriquecimento cultural, não o plágio, o roubo e a cópia improdutiva e estagnante. E a Internet é um importante instrumento nesse sentido. Mas esse projeto coloca tudo no mesmo saco. Uso criativo, com respeito ao outro, passa, na Internet, a ser considerado crime. Projetos como esses prestam um desserviço à sociedade e à cultura brasileiras, travam o desenvolvimento humano e colocam o país definitivamente para debaixo do tapete da história da sociedade da informação no século XXI.

Por estas razões nós, abaixo assinados, pesquisadores e professores universitários apelamos aos congressistas brasileiros que rejeitem o projeto Substitutivo do Senador Eduardo Azeredo ao projeto de Lei da Câmara 89/2003, e Projetos de Lei do Senado n. 137/2000, e n. 76/2000, pois atenta contra a liberdade, a criatividade, a privacidade e a disseminação de conhecimento na
Internet brasileira.


André Lemos, Prof. Associado da Faculdade de Comunicação da UFBA, Pesquisador 1 do CNPq.

Sérgio Amadeu da Silveira, Prof. do Mestrado da Faculdade Cásper Líbero, ativista do software livre.

quarta-feira, julho 02, 2008

Vigotski, as funções mentais e a dinâmica do psiquismo

Em "O social e o cultural em Vigotski", Angel Pino aborda o caráter vago que o termo "função" possui. Tema difícil, e ele consegue ser até poético:
"Embora não saibamos qual foi a razão da escolha deste termo nem o sentido exato que ele lhe atribui, é certo que não tem nada a ver com o sentido que lhe é dado pelas teorias funcionalistas, em psicologia e em outras áreas do conhecimento. Como pode se verificar no texto onde ele trata especificamente da gênese das funções mentais superiores (Vygotsky 1997), o autor utiliza, indistintamente, diferentes termos para referir-se a mesma coisa: 'formas superiores de conduta', "formas mentais", "processos mentais superiores" e "funções mentais superiores". De qualquer maneira, ao conceber o psiquismo como um conjunto de funções e estas como sendo de natureza cultural, não biológica, Vigotski se distancia tanto das teorias funcionalistas e estruturalistas quanto das concepções biologizantes e mecanicistas.
Se o caráter vago do termo "função", tal como é usado por Vigotski, coloca certas dificuldades conceituais, por outro lado ajuda a conceber o psiquismo como algo dinâmico, que está sempre se (re)fazendo e em perpétuo movimento. Algo que nos faz pensar na criação ininterrupta do velho no novo, do significado dado na flutuação do sentido. Entendido assim, o termo função permite ver as 'funções mentais' de que fala Vigotski como um acontecer permanente. Conservando um certo grau de consistência e de continuidade, apresentam-se sempre sob o signo do novo. É claro que a capacidade de pensar, de falar, de registrar em memória etc. são funções permanentes da pessoa, mas sujeitas às leis históricas das condições da sua produção: produção da fala, das idéias, das lembranças etc. Essas funções são portanto função dessas condições de produção, as quais não permanecem sempre necessariamente as mesmas. O que nós pensamos, o que nós dizemos, o que nós rememoramos depende das condições concretas em que isso ocorre. Se isso não impede que idéias, discursos ou lembranças possam ser reproduzidas no tempo com uma certa persistência, elas têm de ser cada vez (re)pensadas, (re)ditas ou (re)memoradas. Em cada instante algo novo está prestes a emergir. Neste conceito de função, fundem-se, sem se confundirem, o ato de funcionar e o funcionar de uma certa maneira; o ato de produzir e o produto desse ato. Assim, as funções de pensar, de falar, de rememorar concretizam no ato de pensar, de falar ou de rememorar alguma coisa cuja significação pode não ser a mesma em cada instante. Na sua opacidade e ambigüidade, o termo função permite romper com uma visão tradicional e nada esclarecedora de psiquismo, concebido como um conjunto de realidades ontológicas, estáticas e a-históricas, as 'faculdades da alma' dos antigos (a inteligência, a afetividade, a memória etc.), assimiladas às funções biológicas ligadas a determinados órgãos do corpo. O termo função, ao contrário, permite articular o que é conquista da espécie, que constitui as suas características e, por conseguinte, é algo acrescido à evolução biológica, com o que deve ser conquista de cada indivíduo singular. Articular o que está dado na natureza da espécie Homo Sapiens (possibilidade de pensar, falar, sentir, rememorar etc.) com o que não está e tem de ser adquirido por cada membro dessa espécie (tornar-se um ser que pensa, fala, sente, rememora etc. alguma coisa concreta). Isso quer dizer que o que pensamos, falamos, sentimos, lembramos etc. não é algo que já está pronto, à disposição do indivíduo para o seu uso. Enquanto objetos semióticos, as idéias, as palavras, os sentimentos ou as lembranças têm de ser produzidos. E, mesmo depois de terem sido produzidos, quando já passaram a fazer parte do repertório de experiências registradas em memória, têm de ser 'dados à luz' por um novo ato de pensar, falar, sentir, rememorar etc."

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