terça-feira, agosto 30, 2005

Tantos barcos no rio Tietê...

Este foi o comentário da Ester no post sobre imagens no celular:
"Eu vejo a foto como um documento do cotidiano, retrata hábitos comuns ou eventos importantes para a história das pessoas. Existem fotos que possuem um valor mais social, ou seja, pertencem à comunidade como um todo. Estes são documentos que possuem um semióforo, ou seja, ela clica um tempo para a eternidade, é exposta porque é procurada por tds e na exposição é que realiza sua significação de existência".
Esta é uma das fotos que ela apresenta em seu blog, CulturaSampa, com projetos que repensam questões da história. Alguém já viu tantos barcos no Rio Tietê? Só mesmo na inauguração da Ponte das Bandeiras, lá em 1942. Quem será que fotografou?



segunda-feira, agosto 29, 2005

Os professores e a tecnologia

E uma pesquisa como esta no Brasil?



"Teachers are increasingly incorporating computers into their workdays, but more for administrative record-keeping than as teaching tools, according to a study released Monday.

The majority of U.S. teachers are comfortable using computers for daily tasks like e-mail, attendance and posting information about classes on school intranets, according to CDW Government, which provides advice on technology to schools and government agencies.

Seventy percent of middle- and high-school teachers use e-mail to communicate with parents, while just over half use intranets to take classroom attendance. About 54 percent integrate computers into their daily curriculum, the survey found.

That pattern may arise from the nature of the training available to teachers, which has tended to focus on administrative rather than instructional applications, the study notes. A good portion of teachers--more than 85 percent--say they are trained on the Internet, word processing and e-mail software, but 27 percent say they have had little or no introduction to integrating computers into lessons. Thirty-one percent said they had no technology training in 2004 or 2005.

Still, overall use of technology in schools this year has grown among elementary and secondary teachers compared with last year, CDW Government said. The survey, conducted by Scholastic subsidiary Quality Education Data, sampled 1,000 public school teachers in March and April.

Of those surveyed, more than 61 percent of teachers said there were not enough computers in their classrooms.

Additionally, elementary-school teachers are more likely to use computers in instruction than their middle- or high-school counterparts, by a margin of 12 percent, the survey said. Elementary teachers are nearly 20 percent more likely to have access to computers in the classroom, as opposed to having the equipment in a computer lab or media center.

Closing the gap between administrative use and instructional use appears to be more a question of where computers are located, as opposed to just the number of computers available," Chris Rother, vice president for education at CDW-G, said in a statement".

Em news.com

Imagens pelo Celular

Apesar de superficial, a matéria de ontem na Folha de S.Paulo sobre o boom de produção fotos pelo celular aponta para um tema importante: a mudança da função social da fotografia.
"Hoje, tirar fotografia é banal. É um tique, uma mania. A produção da imagem vai ficando cada vez mais acessível", afirma o professor de semiótica da PUC Arlindo Machado. Segundo ele, o celular com câmera e as próprias câmeras digitais são apenas mais uma etapa de um longo processo de "dessacralização da imagem". (...)
"Para Yvette Piha Lehman, professora de psicologia social da USP, o celular com câmera pode ser encarado como um novo brinquedo, "que pode ser lúdico".
Lehman compara, por exemplo, o significado dos álbuns com os fotologs. "Antes, a foto sustentava uma história. Hoje, é apenas uma documentação visual desconexa." Ou seja, se antes as fotos mostravam uma trajetória e apresentavam uma pessoa, agora são como pequenos flashes do cotidiano.
"Essas fotos são pouco vistas, não têm mais a função de guardar a memória. São efêmeras, armazenadas e esquecidas", concorda a antropóloga Rita Oliveira".
Em tempos de mídia digital, o que é registro, o que é documentação histórica?

sábado, agosto 27, 2005

Hipertexto Hipermodal

Denise Bertóli fala de um tema que acho pouco trabalhado: a composição de sons, imagens, palavras, na formação dos significados. Quais elementos do contexto extra-verbal marcam a experiência de significação, quanto tomamos em conta estes elementos?

"A multiplicidade de sentidos permitida pela estrutura hipertextual é ainda mais evidente nos ambientes de hipermídia, nos quais a hipertextualidade é agregada a multimodalidade. A hipermodalidade vai além da multimodalidade da mesma forma que o hipertexo vai além do texto como tradicionalmente concebemos (Lemke, Op. Cit).(...) O texto hipermodal, ao relacionar dentro de uma estrutura hipertextual unidades de informação de natureza diversa (texto verbal, som, imagem), gera uma nova realidade comunicativa que ultrapassa as possibilidades interpretativas dos gêneros multimodais tradicionais. Como indica o estudo de Lemke, faz parte da nossa experiência como leitor integrar de forma significativa textos verbais e visuais, assim como orientar nossa leitura por uma série de recursos visuais, utilizados de forma funcional no processo de disponibilização da informação nos textos impressos: justaposição nas páginas, quadros destacados em cores diferentes, relações graficamente indicadas, como legendas, textos explicativos, manchetes, etc. No entanto, no texto hipermodal esse conjunto de convenções, já utilizado na produção do sentido nos textos impressos, é ampliado e também ressignificado. Segundo o autor, cada modalidade expressiva integra um conjunto diferenciado de significados possíveis. As representações verbais e visuais co-evoluiram historicamente e culturalmente para complementarem-se mutuamente e para serem coordenadas e integradas. Cada forma semiótica é única na medida em que agrega um conjunto de normas interpretativas e possibilidades de significado que lhes são particulares.



No caso específico do texto hipermodal fica ainda mais evidente a impossibilidade de controle total sobre o processo de significação, já que esse conjunto de relações torna-se ainda mais complexo e imprevisível. Em outras palavras, as redes hipertextuais permitem uma conexão mais livre entre as informações veiculadas pelas unidades textuais construídas a partir de diferentes modalidades. Esse potencial comunicativo diferenciado pode favorecer a construção de textos e materiais mais didáticos, já que uma mesma informação pode ser complementada, reiterada e mesmo sistematizada ao ser apresentada ao aprendiz na forma de um complexo multimodal. Mais especificamente, a apresentação de uma mesma informação através de diferentes modalidades pode ser explorada para gerar uma reapresentação diferenciada de uma mesma informação, de modo a favorecer a compreensão e a aprendizagem dessa informação. A literatura também indica que a escolha de caminhos em materiais construídos de forma hipertextual e hipermodal pode auxiliar a aprendizagem, na medida em que permite ao aprendiz fazer escolhas de caminhos e canais de recepção que são mais adequados às suas necessidades e também aos seus estilos cognitivos e modos de aprender".



Referência: Marcuschi & Xavier (Orgs). Hipertexto e Genêros Digitais. Rio de Janeiro, Lucerna:2004, pp.148/150



leitura & hiperleitura

Em busca de bases mais sólidas para conceito interação, cheguei no texto
"A Comunicação Interativa em Ambiente Hipermidia" de Denise Bertóli Braga.
Algumas idéias interessantes:

"Embora a leitura do texto impresso não seja necessariamente linear, há diferenças marcantes em relação a hiperleitura que necessitam ser ressaltadas. Lemke (2002) faz algumas observações pertinentes a esse respeito. Segundo o autor, o texto escrito, ao contrário do que ocorre em um monólogo oral, é disponibilizado ao interlocutor de forma bidimensional vertical e horizontal- o que viabiliza uma interação não seqüencial e não linear. O meio visual oferece uma série de recursos de saliência - títulos, parágrafos, tipo de letra, paginação, entre outros - que permitem ao leitor acessar o texto de forma geral, fixando sua atenção em segmentos aleatórios: títulos e subtítulos, início e fim de parágrafo, bibliografia etc. No entendimento do autor, o que difere o texto impresso do hipertexto não é apenas a diferença de tecnologia - já que é possível simular o livro em todos esses aspectos - mas sim o fato de, em primeiro lugar, a rede de conexões do hipertexto ativar a nossa expectativa de que haverá links atrelados aos diferentes segmentos textuais, e, em segundo lugar, a interação entre estes segmentos não ser orientada por uma seqüência padrão pré-estabelecida, que pode ser observada ou não pelo leitor.(...)
Essa organização textual, não dependente de um eixo central que sustenta um conjunto hierarquicamente organizado de informações secundárias, exige que o leitor faça escolhas e também determine tanto a ordem de acesso aos diferentes segmentos disponibilizados no hipertexto, quanto o eixo coesivo que confere um sentido global ao texto lido. Como os segmentos anteriormente acessados tornam-se co-textos para os segmentos posteriormente lidos, é difícil para o autor de um hipertexto prever a gama de possíveis sentidos que podem ser construídos durante a leitura. Isso faz com que o autor tenha menos controle sobre o seu texto e menor controle sobre a direção oferecida ao leitor virtual (Braga, no prelo)".


Referência: Marcuschi & Xavier (Orgs). Hipertexto e Genêros Digitais. Rio de Janeiro, Lucerna:2004, pp.147/148


quinta-feira, agosto 25, 2005

Making learning fun

Conhecem o Gamasutra? É um site sobre a "arte e a ciência" de fazer jogos.
Artigos excelentes, inclusive para educadores. No artigo desta semana, Clark Kink elenca elementos essenciais para evitar que um jogo educacional vire um jogo sem graça. Vale à pena navegar pelos "soapbox" anteriores: os textos são bons!

Making Learning Fun

by Clark Quinn


Quinn, author of Engaging Learning: Designing e-Learning Simulation Games, gets on the Soapbox in his call for making educational video games fun. He goes through his list of what elements a game should have to offer an experience that is engaging, and at the same time makes for effective learning.

Brincadeira e aprendizagem

Gostei deste artigo do Hernani Dimantas, contando a gênese do projeto "Blogando na Primeira". Gostei da citação que ele faz do John Seely Brown. Pensamentos sobre as proximidades entre brincadeira/aprendizagem, sobre a urgência de abrir os braços e permitir novos toques, novas conexões, multiplicação de conhecimento.

"Brincar não é tudo, certo? Nossos dias exigem muito mais. Precisamos aprender a lidar com as ameaças do futuro. Mas aprender não significa deixar de brincar. Muito pelo contrário. Faz bem. O aprendizado tradicional baseado na dicotomia mestre e aluno já não tem mais apoio irrestrito da comunidade pedagógica. A internet, por sua vez, provoca a ruptura dos padrões tradicionais. O aprendizado se faz através de uma nova dinâmica. Estamos vivendo um momento onde ‘aprender e ensinar’ acontecem ao mesmo tempo. Pois o hiperlink vem subverter a hierarquia. Os tempos dos mestres, dos gurus, do saber centralizado está se intercambiando pela própria participação das pessoas na rede. Temos simplesmente que compreender que o conhecimento não pertence a ninguém. É livre para circular entre as pessoas.



Toda essa longa conversa nos remete, então, a uma conclusão óbvia. Podemos brincar, aprender, ensinar, ser e estar num ambiente de rede. E trabalhar? O trabalho passa por um processo de reestruturação ética. Domênico De Masi apresenta o ‘ócio criativo’ onde o trabalho e o lazer caminham na mesma direção. John Seely Brown diz ‘My interest here today is in looking at the notions of learning, working and playing in the digital age and how today's kids—growing up digital—might actually be quite different from what we might first think. But, more particularly, how by stepping back and looking at the forces and trends underlying the digital world, we may have a chance to create a new kind of learning matrix, one that I will call a learning ecology.*’ As mudanças estão na nossa cara. Podemos perceber que somente com a utilização do blog no processo de alfabetização a quantidade de material escrito é muito superior do que nos projetos tradicionais. É lógico que não podemos prescindir de uma ecologia do aprendizado. Esta foi a nossa premissa para que o projeto Blogando na Primeira tivesse no início uma base offline, caminhando lentamente para uma imersão online".



* John Seely Brown: Learning, Working & Playing in the Digital Age

Quotes... Citações...

Encontrei o argumento que precisava...



Quotes of the Day Quotes of the Day
Four humorous quotations each day from The Quotations Page

"If a cluttered desk is the sign of a cluttered mind, what is the significance of a clean desk?"

Laurence J. Peter


Para facilitar...

Novos usos para a tecnologia no dia a dia...



Laundry gets high-tech
August 24, 2005 7:01 PM PDT



OK, so maybe this won't go down in history as the most significant technological breakthrough of all time, but Fark pointed us to a really cool new concept from Massachusetts-based Mac-Gray Corporation. Dubbed LaundryView, colleges and universities can set up networks of washing machines and dryers. Via an online site, students can see which machines are free and how much time is left on those that are currently in use.

What's more, the system will send alerts to mobile phones and PDAs when the machine a student is using finishes its cycle. According to the site, LaundryView will also track overall usage for the last two weeks, so students can determine which days and times are usually the busiest.

We'll file this one under "w" for "Wow, why did nobody think of this before?" It seems like a very cool system that could lead to even more functionality--like the ability to pay for laundry via an online account (paid by the parents of course) or to reserve washers ahead of time. At least, it will be cool until the guy on the 6th floor of your dorm hacks the system to display all washers as busy, leaving him to bask in the glory of having an empty laundryroom all to himself. But barring that, it could certainly save college students quite a bit of time--time they can use to...umm...study. Right. Study. That's what they'll do with it.

Posted by Jennifer Guevin
Missing Links



quarta-feira, agosto 24, 2005

Bakhtin on humanness

Primeiro encontro com outro blog que cita Bakhtin a partir de um tag no Technorati
Bakhtin on humanness
There always remains an unrealized surplus of humanness; there always remains a need for the future, and a place for this future must be found.
(from "Epic and Novel," The Dialogic Imagination)

Beacuse We Do Not Trust
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Blogs apoiam Blogs

Agora que a brincadeira é formatar o blog, cito outros blogs onde encontro o caminho das pedras.

Freshblog


Graywolf's Rants on the Internet, Movies and the Media


BLOGQUEST:Weblog



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terça-feira, agosto 23, 2005

ato de citação

"O discurso citado é o discurso no discurso, a enunciação na enunciação, mas é, ao mesmo tempo, um discurso sobre o discurso, uma enunciação sobre a enunciação". Não começasse eu citando Mikhail Bakhtin na fonte (Marxismo e Filosofia da Linguagem, São Paulo: Hucitec, 2004 Cap.9, pg.144), ficaria para sempre devedora. É Bakhtin quem nos chama a atenção para o papel central da citação na nossa fala. Estou sempre citando, aos outros, a mim mesma, em fala pública e em pensamento. Lembrar, em si, é um ato de citação.
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sexta-feira, agosto 19, 2005

Nasce um blog

Esse blog está nascendo porque quero reunir as coisas interessantes que tenho lido na rede. Também é capaz de entrarem algumas que leio fora dela. São textos - verbais ou não verbais - que mostram, de formas variadas, a maneira como a cultura digital está marcando este período da história. Citando o discurso que circula por aí, tornando também o meu candidato à citação, quero ver o que é possível reunir, a que conexões posso chegar, quais os entendimentos possíveis sobre esta utilização da comunicação. Se você chegou a este post, seja bem-vindo, e saiba que, se deixar seu comentário, corre o risco ou cria a oportunidade de se tornar discurso citado.
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