verdades e mentiras sobre uma enfermidade urbana
Leio no Destak (que recebi como jornal impresso, no carro, enquanto aguardava o sinal abrir) que há um projeto de lei na Câmara Municipal de São Paulo para se estender o horário do Rodizío Municipal de Veículos até as 21h.
Pode ser que que essa medida tenha algum efeito, talvez o de estender a "hora do rush" até mais tarde. Serão ainda mihões de carros na lentidão das 18h às 19h, das 19h às 20h, e agora das 21h às 22h. Talvez tenhamos alguma chance de ficar menos tempo parados nas avenidas, chegaremos em casa mais tarde nesse dia, quem sabe menos estressados.
Há alguns meses escrevi, para uma atividade na escola - um texto que simulava um artigo de jornal. A idéia era mobilizar os alunos para a discussão sobre direitos individuais e direitos coletivos. Carreguei nas tintas com propostas esdrúxulas, mas verossímeis, para tornar possível a continuidade da circulação dos transportes motorizados em São Paulo. Não reproduzirei aqui nem o texto, nem as idéias brilhantes, para evitar algum funcionário sem inspiração resolva encampar as iniciativas e torná-las projetos de lei. Me disseram na época:"O artigo é fake, mas daqui a alguns anos não será...".
A manchete do Destak de hoje me fez pensar: se São Paulo fosse um corpo, ele estaria doente. Um dos sintomas, graves, é o engrossamento do sangue, razão desse cotidiano insano de ampliação dos quilometros de lentidão na cidade. Remédios possíveis? O número 1, reafirmando o óbvio, é a diminuição de veículos nas ruas. Essa diminuição, para repetir outra obviedade, não ocorrerá sem um intenso trabalho de fortalecimento do transporte público.
O que raramente vemos mencionado é a contradição entre a continua superação dos números de vendas da indústria automobilística e a piora do quadro dessa urbe enferma. Facilidade de crédito, redução do IPI, tudo isso é lindo para fazer girar o capital e sim, para garantir emprego para um número expressivo de trabalhadores. Mas é como continuar a oferecer alegremente doces para um diabético.
Não há como se evitar, a médio (talvez curto) prazo, que se olhe sem máscaras para a equação "altissima produção + consumo intenso de veículos particulares" = "definhamento da vida na cidade + piora na saúde de seus habitantes".
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Aos leitores desse blog, aviso que retomamos também o blog do EducaRede no Campus Party, começando a falar dos preparativos e dos temas do Campus party 2010.
Pode ser que que essa medida tenha algum efeito, talvez o de estender a "hora do rush" até mais tarde. Serão ainda mihões de carros na lentidão das 18h às 19h, das 19h às 20h, e agora das 21h às 22h. Talvez tenhamos alguma chance de ficar menos tempo parados nas avenidas, chegaremos em casa mais tarde nesse dia, quem sabe menos estressados.
Há alguns meses escrevi, para uma atividade na escola - um texto que simulava um artigo de jornal. A idéia era mobilizar os alunos para a discussão sobre direitos individuais e direitos coletivos. Carreguei nas tintas com propostas esdrúxulas, mas verossímeis, para tornar possível a continuidade da circulação dos transportes motorizados em São Paulo. Não reproduzirei aqui nem o texto, nem as idéias brilhantes, para evitar algum funcionário sem inspiração resolva encampar as iniciativas e torná-las projetos de lei. Me disseram na época:"O artigo é fake, mas daqui a alguns anos não será...".
A manchete do Destak de hoje me fez pensar: se São Paulo fosse um corpo, ele estaria doente. Um dos sintomas, graves, é o engrossamento do sangue, razão desse cotidiano insano de ampliação dos quilometros de lentidão na cidade. Remédios possíveis? O número 1, reafirmando o óbvio, é a diminuição de veículos nas ruas. Essa diminuição, para repetir outra obviedade, não ocorrerá sem um intenso trabalho de fortalecimento do transporte público.
O que raramente vemos mencionado é a contradição entre a continua superação dos números de vendas da indústria automobilística e a piora do quadro dessa urbe enferma. Facilidade de crédito, redução do IPI, tudo isso é lindo para fazer girar o capital e sim, para garantir emprego para um número expressivo de trabalhadores. Mas é como continuar a oferecer alegremente doces para um diabético.
Não há como se evitar, a médio (talvez curto) prazo, que se olhe sem máscaras para a equação "altissima produção + consumo intenso de veículos particulares" = "definhamento da vida na cidade + piora na saúde de seus habitantes".
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Aos leitores desse blog, aviso que retomamos também o blog do EducaRede no Campus Party, começando a falar dos preparativos e dos temas do Campus party 2010.