terça-feira, março 15, 2011

Retornando a leituras de outros tempos

De tempos em tempos volto à leitura de algum livro que está quietinho na estante.
Leituras que já fiz em outros momentos, motivada, provavelmente, por razões diferentes das que me levaram a ele agora.
Abri hoje o Viena Fin-de-Siécle, do Carl Schorscke, e me deparei com uma dúzia de post-it marcando distintas páginas, ao lado de passagens que considerei relevantes.
Volto a lê-las, sim, são interessantes, mas não tenho pistas dos critérios que me guiaram a dar-lhes destaque, ressaltadas pelo estridente papelzinho cor-de-rosa grudado na margem.
Me pergunto se conheço o conteúdo desse livro - que li, marquei, e sem dúvida gostei, disso me lembro perfeitamente. A resposta imediata é sim, mas devo reconhecer que o que poderia falar sobre ele, sem tomá-lo nas mãos e estudá-lo outra vez, seria superficial e não daria conta do texto rico e profundo produzido por Schorscke.
De onde concluo que sim, essa leitura formou a mim, auxiliou-me a fazer conexões importantes na minha compreensão sobre a ruína do Império Habsburgo e o sentido de todos os desafios que se colocaram a cientistas, artistas, e todos os homens e mulheres que vivenciaram aqueles tempos tão intensos no que diz respeito à ruptura de valores tão enraizados. Mas tenho que reconhecer que muito da riqueza daquela leitura não permanece de forma palpável.
Será que temos como avaliar quanto tempo nos dedicamos à leitura, e quanto em nós fica dela?

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