Subjugados pelo Google e pelo Facebook
O segundo semestre de 2011 poderá ficar marcado, na história da internet, como o momento em que ficou evidente que nossa experiência de Rede está sendo pautada pelas decisões das corporações.
Google e Facebook, dois dos grandes protagonistas desse ato, nem simulam mais o seu pouco caso com as preferências dos usuários. Descontinuar um serviço ou alterá-lo expressivamente tem sido uma prática que já não surpreende mais ninguém, apesar dos protestos e do inconformismo de alguns.
Bom momento, talvez, para que as pessoas tenham claro duas verdades que às vezes permanecem obnubiladas (usei!) pelo lindo apelo marketeiro das empresas de mídia:
1) a "nuvem", esse lugar idílico onde depositamos os nossos textos (inclusive os desse blog), nossas fotos, nossos dados, não constitui um espaço etéreo, um território livre e sem limites, mas as jaulas muito bem cuidadinhas dos servidores das grandes empresas. E, portanto, seus textos, suas fotos,seus vídeos, seus likes, etc, são muito bem usados por essas empresas. E se vocês tem carinho por eles, prepare-se para armazená-los com você, pois nenhum contrato, daqueles que a gente clica no "Aceito" sem ler, impede que a "nuvem" se dissipe e você perca acesso um acervo cultivado ao longo de anos.
2) ao conceito de privacidade na Rede, entendido como um grau de discrição sobre nossa vida que muitas vezes gostaríamos de preservar, nossa imagem, nossas informações, não se pode opor um conceito de "público", como o fazemos na analogia "a casa/a rua". O fórum mais amplo a que temos nossas vidas expostas num Facebook, seja por nossos comentários, links, fotos que postamos ou que outros postam, não constitui um espaço público. Suas regras são determinadas nos escritórios de uma empresa, com objetivos próprios, sem nenhuma representação direta dos usuários.Trata-se de plataformas que fomentam a interação social, que possuem fins lucrativos, que dedicam grande empenho em oferecer-lhe uma experiência gostosa, como de rir das piadas de gente que tem um humor afinado com o teu, ou de sentir-se eficiente ao usar suas ferramentas de busca. O "público" da Rede, nesses casos, possui uma mediação indissociável da lógica "privada" das empresas que oferecem esses serviços.
Já que o Facebook e o Google vão nos ajudando na tarefa de desconstruir as ilusões de uma internet totalmente livre e isenta, pode ser que a primeira boa decisão de ano novo seja procurar um lugar mais seguro para ancorar esse blog. Em algum momento vai chegar a hora do blogspot.
Google e Facebook, dois dos grandes protagonistas desse ato, nem simulam mais o seu pouco caso com as preferências dos usuários. Descontinuar um serviço ou alterá-lo expressivamente tem sido uma prática que já não surpreende mais ninguém, apesar dos protestos e do inconformismo de alguns.
Bom momento, talvez, para que as pessoas tenham claro duas verdades que às vezes permanecem obnubiladas (usei!) pelo lindo apelo marketeiro das empresas de mídia:
1) a "nuvem", esse lugar idílico onde depositamos os nossos textos (inclusive os desse blog), nossas fotos, nossos dados, não constitui um espaço etéreo, um território livre e sem limites, mas as jaulas muito bem cuidadinhas dos servidores das grandes empresas. E, portanto, seus textos, suas fotos,seus vídeos, seus likes, etc, são muito bem usados por essas empresas. E se vocês tem carinho por eles, prepare-se para armazená-los com você, pois nenhum contrato, daqueles que a gente clica no "Aceito" sem ler, impede que a "nuvem" se dissipe e você perca acesso um acervo cultivado ao longo de anos.
2) ao conceito de privacidade na Rede, entendido como um grau de discrição sobre nossa vida que muitas vezes gostaríamos de preservar, nossa imagem, nossas informações, não se pode opor um conceito de "público", como o fazemos na analogia "a casa/a rua". O fórum mais amplo a que temos nossas vidas expostas num Facebook, seja por nossos comentários, links, fotos que postamos ou que outros postam, não constitui um espaço público. Suas regras são determinadas nos escritórios de uma empresa, com objetivos próprios, sem nenhuma representação direta dos usuários.Trata-se de plataformas que fomentam a interação social, que possuem fins lucrativos, que dedicam grande empenho em oferecer-lhe uma experiência gostosa, como de rir das piadas de gente que tem um humor afinado com o teu, ou de sentir-se eficiente ao usar suas ferramentas de busca. O "público" da Rede, nesses casos, possui uma mediação indissociável da lógica "privada" das empresas que oferecem esses serviços.
Já que o Facebook e o Google vão nos ajudando na tarefa de desconstruir as ilusões de uma internet totalmente livre e isenta, pode ser que a primeira boa decisão de ano novo seja procurar um lugar mais seguro para ancorar esse blog. Em algum momento vai chegar a hora do blogspot.
Etiquetas: internet, redes_sociais