segunda-feira, outubro 31, 2005

Tecnologia em busca de Aprendizagem Ativa

Todo mundo conhece o Merlot? É um repositório de objetos de aprendizagem, que podem ser usados por educadores em suas atividades. Ou seja, fonte de material. Uêba!
entrando para visitar, já encontrei algo curioso, que é um tutorial para "O Uso de Power Point para Aprendizagem Ativa". A idéia é ímportantíssima - será que sairemos das apresentações kitschs ou amorfas, para algo que realmente ponha gás no debate sobre o tema apresentado?
É o que veremos.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Web 2.0 - você também vai ouvir falar nela

Já ouviu a expressão Web 2.0? De repente leio isso por toda parte, de onde será que brotou?
Pois bem, descobri que o conceito está ligado à popularização de ferramentas que enfatizam a ação coletiva na produção de conhecimento ou na organização do mesmo. Wikipedia, blogagem em cadeia, indexação por tags, gestores destes tags (como o Technorati), bookmarks coletivos (como o delicious), mapas coletivos nas ferramentas do Google, tudo isso representaria um novo momento da rede, fortalecendo os processos que se dão do coletivo para o institucional. Conteúdos fechados, soluções caras e inacessíveis, cerceamento da partilha, tudo isso anda em baixa.
Um dos grandes apregoadores da Web 2.0 é um morador da Califórnia, chamado Tim O'Reilly, cujo perfil você pode ver aqui na Wired.
O artigo que postei há alguns dias, questionando este lado "completamente" positivo de tudo o que é colaborativo, do Nicholas Carr, está eme grand medida se colocando na oposição desta visão de O'Reilly, que Carr apresenta como messiânica.

avanços tecnológicos e Conectivismo

Gosto dos posts do Weblogg-ed, um blog sobre educação, escrito por um educador - Will Richardson, que trabalha bem diretamente com necessidades e dificuldades no cotidiano de uma escola.
Desta vez, o post sobre Conectivismo e a Web 2.0 levou a uma apresentação bem interessante do George Siemens, que é também interessante tecnicamente (cai direto nos slides acompanhado pelo áudio, já sincronizados). Ora viva, quem sabe avançamos na edição de nossos próprios materiais!



Connectivism and Web 2.0


"Here is a presentation in Articulate from George Siemens that lays out his theory of connectivism and how it applies to the Read/Write Web. Much of what he says makes sense, I think. We need to start looking at learning much differently in a socially networked world. For instance, now that we have access to people and knowledge, learning is "network creation" and that we can learn through "collaborative meaning making." And the idea the we no longer need to learn everything in "advance of need" resonates strongly with Brown and Hagel's idea of push vs. pull learning, that we can pull information from a source when we need it, not have it pushed upon us in case we need it.
No doubt, these are some disruptive ideas for educators, which is why we need to consider them. The more I listen and read and learn from all of these new teachers, the more much of this seems to come into focus. But it also begs many new questions. What content to we still need to push? What are those core ideas that every child needs to consider? How do we teach ourselves to teach our students the skills they need to find and build their own networks for learning?"

terça-feira, outubro 25, 2005

Wikipedia e informação de qualidade

Wikipedia não é uma unanimidade, o que aliás é bom (quem é que dizia que toda unanimidade é burra?).
No seu blog Rough Type, Nicholas Carr cai pesado encima do messianismo apregoado pelos arautos da Web 2.0, e utiliza a Wikipedia como um exemplo do "colaborativo" que nem sempre é sinônimo de "bom". Verbetes como Bill Gates e Jane Fonda são usados para ilustrar o quão superficiais e mal escritos os textos da Wikipedia podem ser.
Em um post mais recente, Carr propõe,anda pensando sobre Wiki, que talvez haja um processo inverso ao apregoado pelos arautos da inteligência coletiva: quanto mais cabeças envolvidas, pior o produto.
Carr faz seu ponto para ganhar a audiência, mas vale à pena ler.

segunda-feira, outubro 24, 2005

Fórum sobre Conteúdo Educacional Aberto

Iniciativa interessante na rede neste momento é o fórum eletrônico da UNESCO sobre Open Educational Resources, ou seja, conteúdo educacional aberto. O fórum começou ontem e vai até o dia 2 de dezembro. Só pelas apresentações, já se vê que haverá muita variedade nas postagens: Índia, Paquistão, África do Sul, Ilhas Maurício, Gambia, Kirguistão, Itália, Inglaterra, Holanda, Estados Unidos, China, Japão, Paraguai, Colombia, Equador, são alguns que me lembro de cabeça no momento.
Entendi que era possível acompanhar o fórum sem estar inscrito (e consequentemente sem direito à palavra...), mas por enquanto ainda não localizei como fazer isso. Assim que souber, posto aqui. E se o tempo permitir, posto as idéias mais interessantes em português também. Afinal, se a preocupação com Conteúdo Educacional Aberto é acessibilidade, a questão da língua é um elemento a se considerar.

sexta-feira, outubro 21, 2005

Impressões sobre a ANPED

Estive esta semana participando da 28a ANPED, a reunião anual da Associação Nacional de Pós-Graduação em Educação. Foi minha primeira participação nesta área, uma experiência que valeu à pena. Me concentrei no Grupo de Trabalho sobre Educação e Comunicação, onde são apresentados a maior parte das pesquisas sobre o uso de TICs na educação - apesar de haver uma controversa dispersão de falas sobre este tema em outros GTs.


Vê-se que há muita pesquisa sendo feita nesta área, e os textos de Sônia Cristina Vermelho e da Raquel Barreto são fontes importantes para uma varredura do "estado da arte" nesta área.


É claro que a profundidade varia muito, e cada um sente proximidade maior ou menor a determinados textos apresentados.


Para mim, foi importante conhecer a prof. Maria Teresa Assunção Freitas, da UFJR, que há muito vem vendo na dobradinha Vigostski & Bakhtin uma combinação possível para inspirar uma construção metodológica que busque apreender a interação por meio das TICs.


Foi uma felicidade assitir a apresentação da Suzana Gutierrez, que mostrou sua reflexão sobre "caminhos da autoria e autonomia", a partir de seu trabalho no mestrado, arquitetando uma rede de Blogs e utilizando RSS para acompanhar a evolução dos professores envolvidos. Quem convive na rede com a Sú conhece a sua ampla capacidade técnica, associada a uma reflexão fundamentada do embasamento de seus caminhos, e sua enorme generosidade em ajudar quem está tateando e se iniciando na blogosfera. Acho que foi o trabalho de maior impacto, pois apresentou situações concretas em que o potencial da tecnologia realmente encontrou sentido de uso.
Também gostei do trabalho da Daniela Ramos, orientado pela Elisa Quartiero, da UDESC, que avalia mais diretamente a experiência dos alunos frente a metodologias como a Webquest, por exemplo.


Há muita gente trabalhando com uma faixa etária mais jovem, e gostei especialmente da apresentação da Gilka Girardello, que fala sobre a presença da TV e da Internet na vivência de crianças entre 4 e 6 anos. Também a Raquel Salgado apresentou uma fala interessante conectando o desenho animado Yugioh ao jogo de cartas do mesmo tema entre as crianças de pré-escola, trazendo questões em interessantes sobre a convivência de mídias, estratégias pré-letramento, consumo, relações de poder entre as crianças, etc.


Fiquei bem impressionada com o trabaho que está ocorrendo na prefeitura do Rio de Janeiro, onde há uma divisão que é responsável por Mídia e Educação (a cargo da Simone Monteiro, figura ótima), que vem formando sitematicamente os professores desde 1996! A divisão tem a sua disposição uma empresa de mídia, a Multirio, que trata dos produtos técnicos, liberando os demais profissionais para pensar em educação. Aliás, a apresentação do Fernando Mozart, que orienta as tarefas de produção de mídia na Multirio, foi de dar inveja... É o sonho de consumo dos POIES de São Paulo...


Além de trabalhar, muita conversa jogada fora com colegas que estavam por ali. Destaque para as companheiras de quarto no Hotel São Francisco: a própria Su Gutierrez, e a minha xará Lilian Ferreira, doce de pessoa, professora da UNESP de Baurú, que apresentou sua seríssima pesquisa sobre o papel da tutoria no apoio a docentes iniciantes na área de Educação Física.

Se alguém quiser acesso a algum dos textos acima mencionados, pode pedir que eu mando cópia...

Balão garante cobertura Wi-Fi

A mobilidade vai encontrando soluções cada vez mais criativas para radicalizar os seus objetivos. Vejam esta iniciativa da Universidade de York, no Reino Unido, de aparelhar um balão para permitir conexão wi-fi na região que sobrevoar, em altíssima velocidade e a baixíssimos custos. A intenção é facilitar as comunicações em zonas de desastres ou em situações necessárias em regiões de infra-estrutura carente.
O artigo está no New Scientist Breaking News.

"A blisteringly fast data downlink provided by a stratospheric balloon floating 24,000 metres above the Earth has been tested for the first time.
The untethered, 12,000-cubic-metre helium balloon was tested on 31 August for several hours. Analysis now shows the test was a success and sent data to the ground at 1.25 gigabits per second. That is thousands of times the capacity of a home broadband internet connection and the first time such a link has been tested from the stratosphere.
The test craft was developed by the Capanina Consortium – 14 European academic and industry partners funded mainly by the European Union. They hope the craft may be able to provide communications in disaster zones or low-cost internet access in the developing world.
David Grace, one of the project scientists behind the test, from the University of York, UK, says stratospheric communications balloons provide wireless alternatives to fixed internet infrastructure. "You could rapidly put communications infrastructure where it doesn't exist," he told New Scientist. "In developing countries it could be a cheaper way to roll out, and you could do it incrementally."

sábado, outubro 15, 2005

celulares como indicadores de trânsito

Ainda não me conformei com o pouco uso que se faz de iniciativas de inteligência coletiva mediadas pelas TICs para alívio de questões urbanas, como o trânsito, por exemplo. Fico feliz de ver que isso está avançando, em experiências como esta do Missouri, no EUA:
"Driving to work, you notice the traffic beginning to slow. And because you have your cell phone on, the government senses the delay, too. A congestion alert is issued, automatically updating electronic road signs and Web sites and dispatching text messages to mobile phones and auto dashboards.
In what would be the largest project of its kind, the Missouri Department of Transportation is finalizing a contract to monitor thousands of cell phones, using their movements to map real-time traffic conditions statewide on all 5,500 miles of major roads.
It's just one of a number of initiatives to more intelligently manage traffic flow through wireless data collection".

Vejam o texto inteiro aqui.

o futuro do livro texto

Uma interessante discussão sobre o futuro do livro texto no blog if:book.
Gostei deste post,de Robert Martinego, que sugere que os materiais a serem usados na escola abram mão de sua qualidade de "texto didático" para permitirem aos alunos oprazer do convívio com a produção cultural do mundo "não traduzido" por educadores. Leiam o post:
"In my opinion, we are looking at this technology the wrong way. Rather than jacking up the stimulus with multimedia tricks to snag the attention of over-mediated students, lets use the technology to filter out the noise, to find deeper connections than the ones trapped in pre-packaged textbook format.
So how would we go about doing that? The first thing is to get rid of 'learning objectives'. There is nothing more dull than the textbook with all the answers, presented with faux 'discussion points'. Teachers bold and brave enough to base their classes on questions and ideas, rather than hierarchies, chronolgies and 'facts' are discovering that students would rather go to source material, not predigested pablum (and not slick multimedia either)"

sexta-feira, outubro 14, 2005

Plasticidade Cerebral

Do Drauzio Varella, em seu artigo "Plasticidade Cerebral" (tema que tem me intrigado por conta do destino que terão funções mentais caídas em desuso com a chegada de algumas tecnologias):


Embora, em 1920, Karl Lashley tivesse sugerido que a distribuição dos neurônios no córtex cerebral (área que controla os movimentos) de macacos se alterava a cada semana, até a década de 1970 o pensamento corrente era que as conexões entre os neurônios (sinapses) formadas na infância permaneceriam imutáveis pelo resto da vida.
Hoje considerado clássico, um experimento realizado nos anos 1980 abalou esse dogma. Trabalhando com macacos, pesquisadores americanos demonstraram que a amputação de um dedo provocava atrofia dos neurônios da área cerebral responsável pelo controle motor do dedo amputado, mas que esse espaço não permanecia desocupado: era invadido pelos neurônios encarregados da motricidade do dedo adjacente, situados a milímetros de distância.(...) Desde então, não houve mais questionamentos sobre a plasticidade do tecido nervoso: no cérebro adulto, nenhum espaço permanece desocupado.


E ele termina assim:


Saber que nossos neurônios são capazes de migrar para áreas cerebrais "vazias" e que continuam nascendo todos os dias sob a influência de fatores de crescimento, medicamentos, atividade física e desafios intelectuais é alentador para os que temem a perda do domínio das faculdades mentais no fim da vida, porque, como disse Machado de Assis, "a velhice ridícula é, porventura, a mais triste e derradeira surpresa da natureza humana".


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