Ode à paciência no processo de criação
Presente surpresa encomendado nesse fim de ano, ganhei o livro História de Canções - Chico Buarque. Organizado por Wagner Homem, que pelo jeito conviveu muito com ele e acompanhou de perto sua carreira, o livro oferece um conjunto expressivo de letras das músicas de Chico ao longo dos últimos cinquenta anos, e conta histórias e anedotas ao redor de cada uma delas.
Uma que me chamou a atenção leva o nome de Xote da Navegação. A música, segundo Chico, foi composta por Dominguinhos, e jazia esquecida numa gaveta até que, uns quinze anos depois foi resgatada. A melodia atendia às demandas de uma canção que ele estava gestando, cujo mote era a passagem do tempo, associada à ideia de paciência.
O divertido dessa história, para mim, era que “paciência” é uma homenagem de Chico às horas que ele entreteve-se com o jogo de mesmo nome em um dos primeiros computadores que ganhou, enquanto a inspiração para compor demorava-se a vir.
Para fãs ardorosos de um compositor, a cena de seu ídolo angustiado frente ao micro, ocupando-se com um game enquanto a rima mais precisa recusava-se a emergir, parece intriga da oposição. No fundo, é um alento: se até o Chico Buarque permitia-se trocar a tela e distrair-se com outra coisa enquanto organizava criativamente o que tinha a dizer, nós, pobres mortais, estamos perdoados pelos nossos inumeráveis desvios.
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Atualização: Descobri, após publicar o post, que sou uma péssima leitora de orelhas de livros. Isso porque pela orelha já poderia ter descobrido que o Wagner não é companheiro de toda vida não. Ele é o produtor do site Chico Buarque, que reúne letras e causos sobre o compositor desde 1995. E não é que pode haver informações relevantes em orelhas?
Uma que me chamou a atenção leva o nome de Xote da Navegação. A música, segundo Chico, foi composta por Dominguinhos, e jazia esquecida numa gaveta até que, uns quinze anos depois foi resgatada. A melodia atendia às demandas de uma canção que ele estava gestando, cujo mote era a passagem do tempo, associada à ideia de paciência.
O divertido dessa história, para mim, era que “paciência” é uma homenagem de Chico às horas que ele entreteve-se com o jogo de mesmo nome em um dos primeiros computadores que ganhou, enquanto a inspiração para compor demorava-se a vir.
Para fãs ardorosos de um compositor, a cena de seu ídolo angustiado frente ao micro, ocupando-se com um game enquanto a rima mais precisa recusava-se a emergir, parece intriga da oposição. No fundo, é um alento: se até o Chico Buarque permitia-se trocar a tela e distrair-se com outra coisa enquanto organizava criativamente o que tinha a dizer, nós, pobres mortais, estamos perdoados pelos nossos inumeráveis desvios.
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Atualização: Descobri, após publicar o post, que sou uma péssima leitora de orelhas de livros. Isso porque pela orelha já poderia ter descobrido que o Wagner não é companheiro de toda vida não. Ele é o produtor do site Chico Buarque, que reúne letras e causos sobre o compositor desde 1995. E não é que pode haver informações relevantes em orelhas?
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