quinta-feira, abril 22, 2010

Perdas e danos

Circulou recentemente a notícia que a NING deixará de oferecer seu serviço gratuito de ferramentas para comunidades virtuais, pelo menos da forma como vinha fazendo até hoje. Mais detalhes serão divulgados no dia 4 de maio, mas está explícito o compromisso de não haver suspensão súbita dos serviços, o desejo de oferecer planos com valores aceitáveis para as comunidades educacionais e filantrópicas que quiserem permanecer e, importantíssimo, caminhos para a migração do material que compõem as atuais comunidades. Não se trata, portanto, de um anúncio de apocalipse nas comunidades.
Entretanto, creio que é mais uma ocasião para refletir sobre os destinos de nossa produção na Rede. Alguns de nós já viveram uma situação desse tipo com o ocaso do Geocities. O que perdemos naquela situação? Depende do que possuíamos... No meu caso, páginas de conteúdo produzidas ao longo de alguns anos. Como tenho guardada a URL, tenho acesso a essas páginas pelo Internet Wayback Machine, literalmente, "a máquina do tempo da internet". Mas e quem não tem suas URLs do Geocities? E o que dizer da rede de links e relações que envolviam endereços no Geocities, como saber qual a extensão da perda com esse borramento da memória digital?
Outra situação desse tipo ocorreu quando a Yahoo! resolveu tirar de circulação o serviço de Disco Virtual que oferecia a seus assinantes. Usei durante muitos anos o "Briefcase" do Yahoo!, e devo ter sugerido a muita gente esse serviço como uma possibilidade de backup acessível a partir de qualquer computador com internet. Acredito que resgatei todos os meus arquivos antes da data fatídica de fechamento, mas essa, para mim, foi uma lacuna que ficou.
É preciso enfatizar, quando apresentamos a Internet e os espaços nela disponíveis para quem ainda está chegando, que o cuidado com a sua própria produção é de responsabilidade de cada um. Pode parecer óbvio, mas às vezes esquecemos que o produto digital possui uma natureza material que acarreta certos riscos. No campo educacional, tenho pensado que a criação de alguns espaços oferecidos pelo poder público deveriam ser estimulada, com um compromisso de estabilidade e perenidade que buscasse assegurar o registro da memória dos projetos. Há iniciativas, como o Portal do Professor, do MEC, e as comunidades do Cultura Digital, mantidas pelo Ministério da Cultura. Mas precisamos e podemos ir mais longe. Será que em termos de configuração esses espaços contemplam o que gostaríamos de ter a nossa disposição, em termos de ferramentas? Como casar as interações públicas e a manutenção de alguma privacidade nesses espaços? Qual a abordagem de propriedade intelectual desses espaços, seja na tecnologia utilizada ou na licença dos materiais que as povoam? É preciso que os educadores participem dessas discussões.
É verdade que a memória da educação não tem sido exatamente bem cuidada aqui no país, mesmo antes da era digital. Talvez seja esse um momento interessante de pensarmos nas perdas e danos que esse descaso acarreta.

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Outro post sobre o tema é do Sérgio F. Lima, "3 lições que os professores podem aprender com o NING" , vale à pena ler!

Aliás, nunca é demais complementar: o que disse sobre o Geocities e NING vale perfeitamente para o Blogger, plataforma que dá base e circulação a essas linhas.

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sábado, abril 17, 2010

Mesa no Congresso Educador


Participarei, no dia 15 de maio próxima, de um painel no Congresso Educador, aqui em São Paulo. O tema é "Tecnologia na Educação: O Uso de Ferramentas Sociais Transformam a Aprendizagem?", e dividirei a mesa com a Professora Léa Fagundes, o Professor José Manuel Morán e o querido colega Moisés Zylberstajn, que me colocou nesse diálogo.
O título da minha fala tem um tom provocativo: "Por que as escolas devem encampar o uso de Ferramentas Sociais?". Vamos ver se vou tomar muitas tomatadas lá na frente...
Há muita gente interessante no programa, vale à pela conferir no

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